quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

BEIJO DE BITES

lisieux

Que a tua terça-feira seja bela
cheia de encantos, cheia de magia...
É pena que não seja qual novela,
em que eu te tenha como companhia...

É pena que se passem noite e dia
sem teu abraço a me confortar...
E a minha vida seja tão vazia
quanto as crateras do solo lunar.

Então te envio um beijo virtual
de despedida, chegando o final
do dia que passei, de luta e afã...

E agora vou dormir... o meu castigo,
é só poder, amor, sonhar contigo,
à espera do teu beijo, de manhã.

BH - 17.04.07
02h28

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

É NATAL?

Quando o Natal se aproxima,
sinto uma grande tristeza:
não consigo achar a rima
que rime luxo e pobreza. - Thalma Tavares

lisieux
(glosando mote de Thalma Tavares)


QUANDO O NATAL SE APROXIMA
repleto de luz e cores,
toda a cidade se anima,
põe de lado as suas dores.

Mas eu não fico animada,
SINTO UMA GRANDE TRISTEZA.
Não consigo ver, em nada,
nem alegria ou beleza.

Oro ao cara lá de cima
que me dê inspiração...
NÃO CONSIGO ACHAR A RIMA
pra natalina canção...

Nesta data comercial
- onde o que conta é a riqueza -
verso não tenho, afinal,
QUE RIME LUXO E POBREZA.

BH – 12.12.08

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Credo! Quanto tempo sem postar!
e hoje também estou com preguiça... rs

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

BICHO-PAPÃO

lisieux

Noite, negrume
sombras na parede...
Vento nas cortinas,
sons de assombração.
Gemidos sufocados,
susto nas retinas
lábios secos, sede,
dor no coração...

Eu não temo os mil demônios
que assolam a escuridão...

A causa da minha insônia,
da aflita taquicardia,
do choro e melancolia
que me roem o coração,
não é o medo da noite
nem minha triste impotência...

O que temo é a solidão...

E apenas a tua ausência
é o meu bicho-papão.

BH – 24.01.07

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

CENA URBANA

lisieux

MOTE: "Ninguém percebeu
a cor do sangue que sujava a imagem" (Regina Más)


a falta de coragem,
de ânimo, amor,
impedia os passantes
de enxergarem a cena,
a cor do sangue, da pele,
da dor, da omissão...

Nem polícia, resgate,
SAMU, rabecão...
nem padre ou pastor
pra dizer oração

apenas os passos do povo apressado
os olhos toldados no sol de verão

sequer um cachorro a farejar
o corpo caído
em putrefação...

o sangue secando na rua
já não tinha cor...
vermelha a falta de vergonha.

BH - 20.10.07

terça-feira, 30 de setembro de 2008

DE COSTAS

lisieux

O meu poeta,
me virou as costas
e desapareceu...

Foi-se de repente,
na nuvem pesada,
no raio, trovão,
na chuva, torrente,
na água, enxurrada,
elementos em fúria
no meu coração.

Sumiu bem ali,
numa curva de estrada.

E o fio do verso
ficou esticado,
chorando, plangente,
qual corda retesa
de um violino...
Qual fera, qual presa,
calado, dormente,
maluco, perverso,
total desatino...

Queria enrolar
o novelo do verso
trazê-lo pra perto,
apertá-lo em meu peito...
Porém eu receio
poeta querido,
que o fio se rompa,
se parta no meio...

Depois de rompê-lo,
tu fiques, pra sempre,
rodando no meio
do verso,do sonho,
cruel pesadelo.

BH - 05.02.07

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

DE CHEGADAS E PARTIDAS

lisieux

chegou, sentou-se
e acendeu o pito.
perguntou pelo café,
reclamou: tá demorando!
depois, levantou-se...
saiu pela porta
e eu me pergunto:
até quando?

lisieux - BH

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

DE POETAS E DE LOUCOS

lisieux

Difícil rotular quem é "normal",
no mundo complicado de hoje em dia...
Difícil distinguir o bem do mal
ou separar coragem e covardia...

Porém insisto em fazer poesia
e vou seguindo e grito, mesmo rouco...

de poeta e de louco, todo mundo tem um pouco.

BH - 13.02.08
Para o Varal do Lun'as

domingo, 7 de setembro de 2008

DENTRO DE MIM

lisieux

Dentro de mim também reside um estranho ser
tão sem juízo quanto o teu, também insano
que sofre a dor desta amargura e desengano
mas que não sabe amenizar esse sofrer...

Porém a louca criatura sabe ver
na dor que sente talvez um secreto plano
de um deus que acorda a inspiração e, desumano
faz dessa dor matéria-prima pra escrever.

Dentro de mim, desesperada, a criatura,
também não sabe, um só minuto, o que é ter paz
a carregar o peso enorme dessa dor.

E solitária, só conhece a desventura...
dentro de mim, essa poeta também jaz
já sepultada, pela falta desse amor.

BH – 08.06.08

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

EM EVOLUÇÃO
lisieux

Eu me lembro de ti, apesar de imperfeito,
eu me lembro de ti, caçador de ilusões,
pois na Terra não mora nenhum ser perfeito
e no mundo não temos ninguém sem senões.

Eu me lembro de ti, quebrador de conceito
eu me lembro de ti, professor de lições
que me fazem quebrar todo meu preconceito
contra gestos, palavras, preceitos e ações.

Eu me lembro de ti, meu amado poeta
também sei que pra ti eu sou a predileta
entre todas as musas que têm teu carinho.

Também sei que um poeta é um mero mortal
que se esforça por ser criatura ideal
mas que às vezes se perde no árduo caminho.

BH - 26/02/08

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

ENTRE RISOS E LÁGRIMAS

lisieux
VARAL 24 - 2008

Entre risos e lágrimas, lá se vai
a vida, a desfilar pelos meus olhos...
Ora vivendo uma alegria inesperada
ou mergulhando em angústia e sofrimento...
Mas não reclamo dessa vida, não lamento...
pois essa gama de diversos sentimentos
é que colorem nossos bons e maus momentos.

lisieux - BH
28.05.08

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

ENTULHO

lisieux

No entulho as rimas se escondem
não posso achá-las
o lixo as encoberta
e fico apenas a sonhar poemas
olhar parado
e a boca aberta...

o canto do canário
não é poema:
é milagre.

BH - 08.09.07

terça-feira, 26 de agosto de 2008

ENVELHECER
lisieux


Antigamente corria mil caminhos
pisando sem temor pedras e espinhos,
sem me importar aonde eles chegavam

e penetrava todos os lugares
abrindo portas, conhecendo cômodos,
olhar de pura curiosidade...

Hoje os caminhos dão no mesmo pátio
todas as portas não se abrem mais
emperradas dobradiças, fechaduras...

E mesmo sendo acolhedora a sala
cheia de livros e de discos roucos
não tem mais jeito: não me sinto em casa...

Queria ter de volta os dias loucos
passar batentes, refazer as malas,
a fim de percorrer outros caminhos...

em vez de me perder nos corredores
em vez de apodrecer
junto aos fantasmas...

BH - 2008

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

ESPANTANDO A SAUDADE

lisieux

MOTE: (Machado)
Fecho portas e janelas
Não deixo a saudade entrar
Não quero nada com ela
Hoje só quero é sonhar!

GLOSA: (lisieux)

Fecho portas e janelas
e me escondo no meu quarto
largo deveres, panelas,
fujo e num sonho me aparto.

Com cuidado, tampo as gretas,
não deixo a saudade entrar.
Fecho armários e gavetas
para não me machucar...

Vejo a vida numa tela,
e a saudade é uma atriz,
não quero nada com ela,
só pretendo é ser feliz!

Com a dor do meu passado
não quero mais me encontrar...
Mesmo sem ter-te ao meu lado
hoje só quero é sonhar!

BH - 02.11.07

domingo, 24 de agosto de 2008

ESPELHO, ESPELHO MEU

lisieux

Eu me pergunto se sou mesmo eu
ao olhar-me no espelho do banheiro
ou quando canto triste, no chuveiro
lembrando aquele sonho que morreu.

Quero saber quem é esta mulher
de olhar vazio e boca descaída,
que já não tem mais gosto pela vida,
que já não canta nem sorri jamais...

Se não sou eu, pergunto-me: quem é?
E se sou eu,
não me conheço mais...

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

PRIMAVERA
lisieux

Mote (Arlene Lima) e glosa (lisieux)

Primavera, enfim chegaste!
Acabou-se a minha espera...
Folhas em flores mudaste,
não és mais uma quimera.

O solo seco pintaste,
no chão espalhando cores,
e nos galhos penduraste
frutos de doces sabores.

O ar todo perfumaste
de variados odores,
verdes ramos enfeitaste
com muitas e lindas flores.

E por fim, tu convidaste
muitos pássaros cantores...
sons pelo ar espalhaste
enchendo as aves de amores.

BH – 20.08.08

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

FUNERAL

lisieux

Enterra-me, amado
ao pé da serra
juntinho das hortênsias azuladas
sob o céu também azul do Rio Grande

Cuida pra que eu fique, descansando
na direção em que o vento for soprando
a me levar os perfumes dos caminhos
e os barulhos do cotidiano

Como o perfume do teu corpo
doce e fresco
e o da natureza à minha volta,
das videiras carregadas, temporãs...
E o som das águas,
mesmo que baixinho,
vindo lá das bandas do Guaíba
e que embala o nascimento das manhãs.

Cuida também para que sinta o toque
do vento frio que vem da campina
e a lambida morna, preguiçosa
do sol de inverno a furar neblina

Cuida que eu fique plantada ali nos pagos
não me perder nos horizontes vagos
reconhecendo as vozes das coxias

Não faças com minh’alma a covardia
de ficar longe da querência amada,
pra sempre presa nos mineiros paços...

Pra que a alma sequiodsa não precise
de madrugada percorrer largos espaços...
e ao sentir saudade ela deslize
direto para o centro dos teus braços.

SBC – SP
21.08.07 – 20h49

terça-feira, 19 de agosto de 2008

FRAGÂNCIA

lisieux

Coleciono distantes luas
brilhos foscos de bijouteria
faiscantes raios
que perpassam a memória,
ressuscitam lembranças.

Maturadas, as canções se alastram...
Treme, no compasso, o corpo,
acordando as primaveras
E o perfume, longínqüo,
chega-me às narinas,
como se recém-saído
do frasco...

BH - 08.01.05
(republicando porque este poema saiu no "Pão e Poesia"! eba!)

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

sábado, 16 de agosto de 2008

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

CASCALHOS

lisieux

MOTE: Ademar Macedo - RN

...remexendo os cascalhos da lembrança
encontrei uma mina de saudade;
cada pedra que calça esta cidade
tem um rastro que fiz quando criança.(Ademar Macedo)


GLOSA: lisieux

Remexendo os cascalhos da lembrança
encontrei tanta coisa misturada
remeti-me àquele tempo de bonança
em que a vida parecia sossegada.

Tinha de tudo um pouco no monturo...
encontrei uma mina de saudade;
e pintei um quadro vago, obscuro,
das cenas da minha mais tenra idade.


Em mim morava a tal felicidade...
através do meu sorriso, era notória.
Cada pedra que calça essa cidade,
contava parte desta minha história.

E depois de relembrar, segui contente...
vivendo a vida em fé e confiança.
Pois sei que a minha estrada do presente
tem um rastro que eu fiz quando criança.

BH – 10.11.07
(republicando, porque o Ademar leu o poema acima no rádio... tô ficando chic...)

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

domingo, 10 de agosto de 2008

sábado, 9 de agosto de 2008

HORAS VIVAS

lisieux
Varal - 26 - 2008

Vivas são todas as horas em que durmo
e sonho com teus braços, teu sorriso...
E mortas são as horas de agonia
em que não tenho teu olhar, de que preciso...
Vivas são todas as horas em que sonho...
E nas quais versos de amor então componho
pra resistir às horas mortas do meu dia.

lisieux - BH
10.06.08

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

terça-feira, 5 de agosto de 2008

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

ILHA
lisieux

À superfície
das lágrimas,
camada de cortiça
bóia
esconde
(des)afetos...

Nos porões da alma,
- sobrevivente -
venho
à tona.

BH - 24.05.05
04h01m

domingo, 3 de agosto de 2008

sábado, 2 de agosto de 2008

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

PRISIONEIRA

lisieux

Infelizmente, amado, essa mulher
tem muros sim, e eles são medonhos...
embora ela cavalgue, quando quer,
por entre nuvens, no corcel dos sonhos.

Sempre que solta as rédeas do seu verso
o seu desejo ela vai derramando
e ela só pára o seu galope quando
novo poema surge, assim disperso

como os seus pensamentos mais profanos...
E ela reza, um credo de esperança,
volta seus passos, torna a ser criança
e busca ser igual a outros humanos...

Mas ela sabe: não é desse mundo
o sentimento que ela traz no peito
e que jamais encontrará um jeito
de esquecer o seu amor profundo...

Então se cerca novamente... e os muros
erguem-se altos, solitários, duros
e ela morre, no jardim sem flores
sem poesia ou sonhos... sem amores.

quinta-feira, 31 de julho de 2008













PARABÉNS CECÍLIA!

E hoje, foi o primeiro aniversário da Cecília,
a filha lindinha do Diogo e sobrinha-neta do Marcos.
A festa, na "Casa do Sol" foi super animada...
Pena que as fotos ficaram escuras...

quarta-feira, 30 de julho de 2008













ANÚNCIO DE UMA AMIZADE
lisieux

Eu anuncio neste verso o bem mais caro,
sentimento sem igual, formoso e raro,
sem o qual a alma triste se sufoca:

A amizade - esta coisa preciosa,
luz que brilha na manhã mais radiosa.

Ela não é alguma coisa fria e oca
e sim a mão silenciosa
que se estende...

Amizade não se compra,
nem se vende...

Amizade a gente ...
a gente troca!

BH – 2006

terça-feira, 29 de julho de 2008













PARABÉNS!
niver do marcos...
fizemos festinha surpresa...hehehe

domingo, 27 de julho de 2008









BEIJA-FLOR
lisieux

Onde estás, que não mais beijas,
os meus lábios, beija-flor?
E a flor-de-lis, abandonas,
não escreves, telefonas,
e nem mais falas de amor...

Onde pousas, beija-flor...
em que beirais de telhados?
Não mais tu vens visitar
meus sonhos apaixonados
e ficas voando, longe...
e eu aqui, sem saber onde
tu te escondes, beija-flor.

Do outro lado do muro
existe um jardim fechado
mas tu ficaste lá fora...
E a tua flor, eu te juro,
inclina o caule pro lado
buscando onde estás agora...

A flor, sem ti, já fenece,
tiritando ela adormece,
sem teu toque de calor...

Voa, voa, beija-flor...
volta a beijar-me,
sacia
a minha sede de amor...

BH – 26.07.08

sábado, 26 de julho de 2008












CIRANDA
lisieux

Roda, roda,
mundana roda de emoções,
gigante roda,
rolo compressor
que passa,
sem piedade e sem pudor,
sobre pessoas,
civilizações.

Mundana roda,
de valores vis...
Girando sempre
em direção contrária
aos coloridos
sonhos infantis.


BH - 08.03.07

sexta-feira, 18 de julho de 2008













AVESSO
lisieux

E tu chegaste, virando o meu mundo pelo avesso, revertendo o rumo das marés e fazendo o sol nascer à meia-noite.
Bagunçaste o meu coreto, abalaste as minhas estruturas, provocaste um terremoto nas minhas entranhas.
Tu rompeste a barreira do som e ribombaste em meus ouvidos; viajaste à velocidade da luz e chegaste, centelhas, aos meus olhos, iluminando tudo;
E tu chegaste e modificaste a minha vidinha repartição-pública, tornando-a profissional liberal, sem hora, senhora do meu nariz, dona do mundo.
Chegaste furacão, tufão, maremoto, soprando ventos, agitando ondas, movendo as placas tectônicas...
E eu, poeira cósmica, partícula estelar, centelha infinitesimal, zero á esquerda, saltei espaços, viajei eras, atravessei séculos...e, cá estou, nos teus braços: inteira, refeita, perfeita... mulher!

quinta-feira, 17 de julho de 2008












REPARTIR
lisieux

Com tão poucos neste mundo tendo tudo
e com tantos que não têm o que comer...
com milhares sem ter nada, é absurdo,
continuarmos com a cegueira de não ver
que não ganhamos nada com a cobiça...

Que Deus nos faça amar e repartir
para que todos vivam com justiça...

lisieux

(Feito para o Varal do Lun'as)

terça-feira, 15 de julho de 2008












TRANSLÚCIDA
lisieux

O olho castanho opaco, refletido no espelho do banheiro, foi a última coisa que viu. Depois, sumiu... desapareceu num mundo de faz-de-conta, avesso de tudo.
Custou a se dar conta disso, acostumada que estava a ser ignorada. Demorou a perceber que se tinha tornado definitivamente invisível. Mulher de cristal através do qual os olhares passavam, indo se fixar em outro ponto.
Bem que tentou fazer-se notar. Tilintou em noites de gala; cristal da Boemia, refletiu o vermelho do vinho, borbulhou o champagne francês; serviu fresca água a lábios sedentos em muitas manhãs. Também reverberou o brilho do sol em janelas, artísticos vitrais.
Nada adiantou: permaneceu invisível, transparente.
Um dia, deixou-se cair. Delicada peça, partiu-se em mil pedaços.
O companheiro ajuntou os cacos, apenas para não ferir os pés. Jogou os estilhaços pela janela dos fundos, no pequeno quintal...

E... lá ficou ela, refletindo a pálida luz distante das estrelas.

sábado, 12 de julho de 2008















TANGO
lisieux

Penduro
em um
.....cabide
minhas descabidas
fúrias

e
- num laivo de loucura -
ro
do
pi
o
pela sala.

segunda-feira, 7 de julho de 2008













TECELÃO
lisieux

Teus dedos tecem
tortuosas teias
nas entranhas das veias

BH - 29.04.07

domingo, 6 de julho de 2008











PÁGINAS DA VIDA
lisieux

As páginas da vida, uma a uma...
são viradas pelos ventos do destino...

Muitas levam um marcador naquele trecho
que nos lembra alguma mágica etapa...

A cada dia, uma página viramos,
alegrias e tristezas, desfilamos,
até que um dia, é fechada
a contracapa...

sexta-feira, 4 de julho de 2008















À ESPERA
lisieux

Pela janela, do meu quarto, solitária
eu fico olhando para a rua, a esperar
reconstruindo aquela história imaginária
em que você voltava agora, pra ficar.

Mas pela rua passam carros, motos, gente,
porém você não aparece lá na esquina
e dos meus olhos brota um rio, de repente...
será, meu Deus, que ficar só é a minha sina?

Mas eu insisto em esperar, inconformada,
na esperança de que um dia, assim, “do nada”
você retorne, pra aplacar a minha dor...

Um dia destes você vem pela calçada....
e vamos juntos caminhar na mesma estrada,
iluminados pela luz do nosso amor.

BH – 09.06.08

quinta-feira, 3 de julho de 2008















DENTRO DE MIM
lisieux

Dentro de mim também reside um estranho ser
tão sem juízo quanto o teu, também insano
que sofre a dor desta amargura e desengano
mas que não sabe amenizar esse sofrer...

Porém a louca criatura sabe ver
na dor que sente talvez um secreto plano
de um deus que acorda a inspiração e, desumano
faz dessa dor matéria-prima pra escrever.

Dentro de mim, desesperada, a criatura,
também não sabe, um só minuto, o que é ter paz
a carregar o peso enorme dessa dor.

E solitária, só conhece a desventura...
dentro de mim, essa poeta também jaz
já sepultada, pela falta desse amor.

BH – 08.06.08

quinta-feira, 26 de junho de 2008













GRITO DE ALERTA
lisieux

O mundo continua definhando,
dia a dia se esvai em sofrimento:
é guerra, é fome, é o desmatamento
que aos poucos o planeta vai minando.

E nós, "humanos", nunca percebemos
o clamor do Planeta, agonizante?
Não vemos que matamos, todo instante,
o mundo que, de graça, recebemos?

Tomara percebamos, sem demora,
que a natureza sofre, que ela chora
e nós vamos seguindo, sem notar...

Tenhamos consciência de que a vida
depende da Mãe Terra, tão ferida
e temos que o Planeta preservar.

BH - 22.01.08

terça-feira, 24 de junho de 2008











MATURIDADE
lisieux

Agora adulta sou, e pela vida
tropeços tive ao longo dos caminhos
colhi das flores pétalas e espinhos
fui lembrada, e também fui esquecida...

Teci sonhos e planos, fui querida,
vivi momentos doces, de carinhos
e tantos outros, tristes e sozinhos
em que pensei: pra dor, não há saída.

Mas hoje eu sei que tudo o que sofri
foi como adubo a preparar terreno
pro novo fruto que se quer colher...

E todas as lições que eu aprendi
fizeram o meu destino mais sereno
fizeram renascer: nova mulher!

BH - 12.02.08

segunda-feira, 23 de junho de 2008















UM SONHO DE CRIANÇA
lisieux

Eu sempre sonho com um mundo lindo
cheio de cores, mágica e aventuras,
aonde eu mostre as emoções mais puras
e seja cheio de um amor infindo.

Eu quero um mundo cheio de riqueza
em que convivam povos, credos, raças...
Cheio de largas avenidas e de praças,
em que possamos festezar a natureza.

Quero um planeta abençoado e livre
em que nenhuma criatura prive
nem a si nem ao outro, de carinho...

Quero crescer num mundo de esperança.
Que o ser humano volte a ser criança
e nunca mais se sinta tão sozinho...

BH - 02.12.07

domingo, 22 de junho de 2008















O TEU SILÊNCIO
lisieux

Se silencias o canto, o verso, o verbo
e a verve calas nos porões da noite
se teus poemas guardas, tão avaro,
no fundo dos baús do esquecimento..

se não me dás as rimas tão plangentes
nem metrificas mais as tuas frases
se tu escondes líricos lamentos
e não me deixas ouvir o som dos ventos
por entre os versos dos poemas raros
cheios de dores e de sentimentos...

se não me falas mais de teus amores
nem deixas escapar os teus tremores
no ritmo cantante dos teus versos...

também eu emudeço, não converso
porque não sei falar de amor e sexo
se não ouvir da tua lira o eco.

BH - 30.11.07

sexta-feira, 20 de junho de 2008













HOJE
lisieux

dia incompleto,
de "ontens" repleto...
RE PE TE CO.

NF - 26.01.05

segunda-feira, 16 de junho de 2008















VALSA DOS DEDOS
lisieux

Teus dedos mordem segredos
tornam, torpedos
sobre arfantes seios

pulam, precipíos,
estouram
fogos de artifícios
passeiam alamêda,
nas meias de seda...

colhem flores roxas,
no centro das coxas

deslizam, deslizes...
e morrem
felizes...

BH - 09.11.07

domingo, 15 de junho de 2008














CANÇÃO DE SER TRISTE
lisieux

Como ser otimista, radiante,
se minha estrela (astro inconstante)
vive no céu, a se esconder assim?
E como vou sorrir, se nesse instante,
me ataca o coração punhal cortante,
e só me faz sentir pena de mim?

Como levar nas mãos raio brilhante
se o meu olhar, outrora cintilante,
se apaga estando assim longe do teu?
Como cantar a musical corrente
dos rios calmos, se feroz enchente
deságua sem parar no peito meu?

Como descer da serra uma vertente
a saltitar, plena de luz, contente,
se o meu caminho é tão empoeirado?
Como soltar a voz suavemente,
se dos dos meus lábios brotam, de repente,
triste gemido, vindo do passado?

Empoeirado também fica o meu plangente
violão que era o amigo e confidente
nas lindas melodias de paixão.
Mas hoje abandonado, ali, silente,
ele não fala mais à minha mente,
nem toca as cordas do meu coração.

E o que eu posso, amado, é tão somente,
tentar deixar o coração dormente,
fazer de conta que tenho alegria...
Mas não consigo - o meu olhar não mente -
sorrir pro mundo todo, futilmente,
trazendo a minha alma tão vazia...

E na verdade o que me faz doente,
que faz doer o peito, de repente
e joga a sanidade nos desvãos,
é a minha poesia inconseqüente
que faz-me amar-te indefinidamente
e que me entrega toda em tuas mãos.

BH - 09.11.07

sábado, 14 de junho de 2008













VONTADE
lisieux

Vontade de escrever-te como antigamente,
pondo a alma à mostra, na vitrine,
exposta aos olhos e à apreciação,
como uma grande e total liquidação...
“quem dá menos”?

Vontade de mostrar-te os meus tesouros
pequenos souvenir’s, bijous baratos,
como quem expõe num mostruário
as peças em oferta ao comprador...
“interessado em levar “um peu d’amour”?

Vontade de doar-te meus segredos,
meus sentimentos, pequeninos medos,
os meus cansaços e incoerências,
como se fossem rezas, conseqüências,
de desinteressada confissão...
“ queres ouvir o som do coração”?

Vontade de voltar a ser quem era...
de ter em ti o amigo que eu buscava
e sobre quem, amado, eu derramava
todos os sonhos e desejos vãos,
e os vôos desvairados de poeta...

mas eu já não mais sei doar-me assim
já não consigo mais falar de mim,
porque receio vir a magoar-me...
então recolho as penas, findo o vôo,
tiro as “bijous” e tranco o mostruário...
e guardo a minha solidão
no armário.

BH – 07.11.07

sexta-feira, 13 de junho de 2008













EU TE QUERIA ASSIM
lisieux

Eu te queria assim sem convenções,
lugar-comum ou falsas pretensões,
sem perguntas, sem talvezes ou senões,
sem precisar renunciar aos sonhos meus.

Eu te queria ter assim, suavemente,
sem ter que implorar, sem ser carente,
ou ter que repetir, constantemente,
que eu necessito dos carinhos teus...

Eu queria te querer sem ter pudor,
sem brigas, sem beicinhos, sem rancor,
sem saudade, sem ciúmes, e sem dor,
sem ter que maltratar o coração...

Queria mergulhar nos braços teus...
sem nenhum medo de dizer adeus
sem precisar orar a nenhum deus,
sem nunca precisar pedir perdão...

BH - 01.11.07

quinta-feira, 12 de junho de 2008

DESEJOS SECRETOS
lisieux


Queria me dar de presente
um beijo quente
um abraço
um mero aperto de mão...
queria te ter nos braços,
ou aqui bem dentro
do coração.

Queria uma noite linda
de ais e gemidos
os sons da paixão...
Queria um gesto
de ternura infinda
e acordes puros
de uma canção...

Eu só queria
ter de novo, amado,
a tua voz a repetir meu nome
queria um verso solto
bem apaixonado
um sopro de prazer,
um beijo, que consome...

Eu só queria
ter-te novamente,
falando em meus ouvidos
com tua voz macia...

E finalmente, amor,
também queria,
um porto certo
para o meu cansaço,
no teu regaço,
toda a minha vida.

BH - 01.11.07

quarta-feira, 11 de junho de 2008

ININTELIGÍVEL
lisieux


Zumbe, zumbi
varando a noite,
cortando silêncio...

Mas eu não entendo
o seu idioma:
linguagem secreta
que quer me dizer
incontáveis segredos
dispersos no tempo.

Passado, demente,
prensando
o presente...

BH - 01.11.07

terça-feira, 10 de junho de 2008

GRATUIDADE
lisieux

Os pássaros cantam
sem cobrar cachê
sem cliclê ou aplauso,
motivo ou porquê.

Cantam, apenas...

e seu canto ecoa
somente no ouvido
de quem também voa.

lisieux - BH

(releitura de Pequeno Gorjeio,
de Otávio Paz)

MOTE:(Ademar Macedo/RN)

Quero imediatamente,
de maneira natural;
fazer um resgate urgente
da minha própria moral!

GLOSA: lisieux - BH

QUERO IMEDIATAMENTE
com, modéstia e rapidez
cultivar doce semente
da calma e da sensatez.

Quero no meu dia-a-dia
DE MANEIRA NATURAL,
com todo ardor e energia
fugir da face do mal.

E eu quero, tão somente,
mudar minhas atitudes,
FAZER UM RESGATE URGENTE
das mais completas virtudes.

Não quero glória ou riqueza,
nem quero amor, afinal...
Quero de volta a firmeza
DA MINHA PRÓPRIA MORAL!

BH - 30.10.07

domingo, 8 de junho de 2008

CAMINHO DE PEDRA
lisieux


Quando tu me traíste
um manto escuro
cobriu o estrelado céu da noite
e o açoite deste vento
pelas ruas,
nas esquinas e estradas vicinais
só consegue imitar
o meu gemido
os meus suspiros,
minhas dores eternais...

Tento soltar a minha voz,
mas não consigo
e eu persigo
uma forma de dizer
o quanto dói, amado meu,
a tua ausência
e a demência
dessa minha solidão.

A travessia é tão ingrata,
tão difícil!
É um suplício prosseguir
sem tua mão,
Sem teus poemas, colorindo
a minha vida...
uma ferida
se abriu no coração.

Eu não queria, meu poeta
que esse pranto
e esse quebranto
que me afoga o peito
e queima
o interior como uma chama
infernal
fossem agora companheiros
de destino.

O meu caminho é pedregoso...
é tão difícil
atravessar tantos dezembros
e janeiros
sem a serôdia chuva de verão.

É desatino o que eu colho
dos canteiros.
É nostalgia a primavera
já passada
e o outono se instalou
nas sensações...

A poesia se perdeu
no meu caminho...
Tu conseguiste sufocar
o meu carinho
e a loucura
se mudou pros meus
porões
.


BH - 29.10.07

sábado, 7 de junho de 2008

EM ALGUM LUGAR DO PASSADO
lisieux

Se eu te encontrar no meio do passado
e se cruzar contigo numa esquina
do bairro dos meus sonhos de menina
eu vou te olhar e te chamar de lado

para explicar que embora o tempo passe
e envelheçamos, eu não te esqueci
e entre lágrimas e beijos de saudade
vou te mostrar, por toda a eternidade
o quanto é grande o meu amor por ti!

BH - 26.09.07

sexta-feira, 6 de junho de 2008

SONHOS

Os sonhos, amigo, eu creio
que são a essência da vida
brincadeira preferida
para a hora do recreio...
Pois não tenhas mais receio
de sonhar... não tenhas não!
Se de amor os sonhos são
mais gostosos são ainda
pois não há coisa mais linda
que sonhar com o coração.

lisieux - BH - 25.10.07 - 01h40

quarta-feira, 4 de junho de 2008

LEMBRANÇAS
lisieux

Viver só de lembranças é tão triste!
Porque deixar findar o nosso afeto?
Amor sem troca ou sonho não existe...
desaba simplesmente em nosso teto.

E se apenas de lembrar consiste
o nosso amor, teria ele sido
afeto, ilusão que não persiste,
e que se deixa assim ser consumido?

O que te dei, amado, foi tão puro!
Foi o pulsar do coração maduro
e toda a experiência que aprendi...

Sinto saudade do beijo nos pés
e tu, ingrato, só me dás, invés,
a sina triste de viver sem ti.

BH - 24.10.07

terça-feira, 3 de junho de 2008

MESTRE
lisieux


Se algo sei da vida, é bem capaz
que tenha sido porque tu me ensinaste...
desde as letras com que escrevo minhas rimas,
às contas para as compras no mercado
pra ninguém poder passar-me para trás.

Pena que umas coisas não faziam
parte das matérias do colégio:
como ser feliz sem ter amor,
como não doer, sem ter remédio,
como não lembrar o que acabou
e como não morrer de tanto tédio...

BH - 15.10.07

segunda-feira, 2 de junho de 2008

UTOPIA
lisieux

Quero sonhar! Dás licença?
Sonhar também é preciso,
pra não se perder juízo
nem cultivar a descrença
Porque sonhar é tão doce!
Melhor seria se fosse
a vida só fantasia...
Também porque sou poeta
só tenho vida completa
quando vivo de utopia.


Queres sonhar? Dou licença,
pois sonhar também preciso,
pra não perder o juízo
nem procurar desavença.
Porque sonhar é tão doce!
Melhor seria se fosse
a vida só fantasia...
Sonha então, caro poeta,
pois a vida só é completa,
quando feita de utopia.

sexta-feira, 30 de maio de 2008

TEUS SINAIS
lisieux


Sinalizas que és presente
no meu corpo e minha mente
mesmo quando estás distante...
pois me falas pelo vento,
pela água, firmamento,
pelas pedras, diamante...

Teus sinais capto logo:
seja na cinza ou no fogo,
no inverno ou primavera;
seja no outono ou verão,
pois moras no coração
desta que vive à tua espera...

BH - 23.10.07

quarta-feira, 28 de maio de 2008

ÁGUA NA BOCA
lisieux

Nós temos doces em Minas...
de banana, goiabada,
cocada branca e queimada
marmelada e gelatinas...
É doce pra todo lado:
fios d'ovos, ambrosias,
tortinhas de framboesa,
cajuzinho e bombocado...
e o nosso maior pecado
é o da gula, com certeza!

BH - 23.10.07

terça-feira, 27 de maio de 2008

CENA URBANA
lisieux

"Ninguém percebeu
a cor do sangue que sujava a imagem" (Regina Más)

a falta de coragem,
de ânimo, amor,
impedia os passantes
de enxergarem a cena,
a cor do sangue, da pele,
da dor, da omissão...

Nem polícia, resgate,
SAMU, rabecão...
nem padre ou pastor
pra dizer oração

apenas os passos do povo apressado
os olhos toldados no sol de verão

sequer um cachorro a farejar
o corpo caído
em putrefação...

o sangue secando na rua
já não tinha cor...
vermelha a falta de vergonha.

BH - 20.10.07

domingo, 25 de maio de 2008

NIVER DE POETA
lisieux

Hoje é dia de bonança,
de festejos em família
porque nasceu a esperança
que foi chamada de líria.

Feitas de amor e magia
segue tecendo mil teias...
Ela nasceu com a poesia
circulando em suas veias.

BH - 19.10.07

Para líria porto

quinta-feira, 22 de maio de 2008

TPM
lisieux

Hormônios à flor da pele
muito choro sem motivo
sentimento sem controle
intinto como o de bicho
nem abraço nem carinho
capaz de amansar a fera
que mora dentro de mim
nesses dias que antecedem
o sinal vermelho-vivo
da minha ainda presente
feminil - idade...

BH - 19.10.07

terça-feira, 20 de maio de 2008

CAÇULA
lisieux

Não tem tamanho
ou juízo
mas tem um grande
sorriso
e um olhar de pidona
adora fazer bagunça
encher a casa de amigos
também bancar a mandona

Hoje ela faz dezenove
primaveras e verões
invernos, outonos, anos...
e um dia ela resolve
crescer em aspirações
realizar os seus planos

Totalmente sem noção
segue sorrindo por nada
ela é princesa, é uma fada,
que mora em meu coração.

BH - 18.10.09

segunda-feira, 19 de maio de 2008

CAMINHEIRO
lisieux


Dizes que és peregrino
e que não levas
na memória a menor
lembrança triste
que não consegues carregar
no teu alforje
nenhuma réstia de amores
passageiros...

Segues portanto,
sem levar paixões ou medo
e em degredo minha alma
desfalece
pois ao contrário do teu jeito
de andarilho
finco raízes
sou palmeira
sou rochedo.

Não posso, amado, me livrar
dessas pegadas
nem jogar fora o conteúdo
da mochila
deixando amores derramados
pela estrada...

Então, se sigo, levo o peso
às minhas costas...
e as sandálias trazem marcas
dos lugares
por onde andei
e construi a minha história...

BH - 17.10.07

domingo, 18 de maio de 2008

NÃO TE ESQUECI
lisieux

Tu perguntaste se eu já te esqueci
se já não penso no nosso passado...
mas como te esquecer, se do meu lado,
a tua sombra anda, passo a passo,
colada ao corpo meu, como no abraço
como extensão dos membros e da alma?

Não te esqueci! Embora o tempo passe
e já não nos falemos como dantes
já não vivamos mais loucos instantes
de apaixonadas juras e desejos,
meu coração, amado, continua
tão atrelado ao teu como era antes
e ainda somos os velhos amantes
que em versos se derramam, noite afora...

Não te esqueci... Tu és, ainda agora,
o Vate que me inspira a poesia...
Tu és a sempre louca fantasia
que habita os sonhos de hoje
como outrora...

BH - 12.10.07
00h23m

sexta-feira, 16 de maio de 2008

RE - VIVER
lisieux

relembrar
é re-viver
todo o passado
é re-passar
na mente
o que passou
é re-criar
momentos
ao teu lado
re-produzir
um sonho que acabou...

re-lembrar
é ter de novo
um bom momento
re-colocar
nos olhos
cor e luz
é re-compor
no peito
o sentimento
re-ativar
o brilho
que seduz.


Re-lembrar
é uma forma
de poesia
é re-montar
da vida
o passatempo
que faz do amor
a mais louca magia...
É re-dobrar
motivos
de alegria
que nunca mais
hão de voltar
no tempo...

BH - 11.10.07

PENSAMENTO
lisieux
"Pensamento, lento,
se alinha e caminha
ao teu encontro...
e a mente, vadia,
apenas se enche
de amor e poesia."
®lisieux

Pensamento
se alinha
caminha
lento
mente vazia
demente
vadia
apenas se enche
de amor
e
poesia

quinta-feira, 15 de maio de 2008

ANONIMATO
lisieux

Gosto de cidade grande
selva de concreto
onde escondo a alma...

Gosto de ruas agitadas
multidão
em que não sou notada.

Gosto de andar
no caos
sem estrelato...

Comigo mesma
em total
anonimato.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

ANONIMATO 1
lisieux

Gosto de cidade grande e apressada;
selva de concreto a esconder-me a alma,
onde posso me mover sem ser notada,
perdida em meio à louca multidão...

Gosto de andar pelas calcaçadas
e mergulhar no caos, sem estrelato...

Comigo mesma, em perfeito anonimato.

lisieux - BH

Para o Varal nº 42 - outubro/2007

VERSOS PRA MINAS GERAIS
lisieux

Sou feliz por ter nascido
na terra dos minerais...
de tantos, que até duvido,
que algum lugar tenha mais.
De povo bom, decidido,
inteligente demais,
solidário e divertido,
que se esquece de seus ais...
Sou feliz por ter nascido
nas minhas Minas Gerais.

lisieux - BH - MG

22.09.07

domingo, 11 de maio de 2008

ENTULHO
lisieux

No entulho as rimas se escondem
não posso achá-las
o lixo as encoberta
e fico apenas a sonhar poemas
olhar parado
e a boca aberta...

o canto do canário
não é poema:
é milagre.

BH - 08.09.07

sexta-feira, 9 de maio de 2008

FORMATO DA LÁGRIMA
lisieux


Quando não nasce o meu poema,
aprisionado
nas entranhas do meu ser,
fica calado
e impedido de mostrar
o sentimento...

Quando não correm os meus dedos
no teclado
e nem desliza a caneta
no papel,
não se liberta a minha voz
dentro do peito
para gritar ao mundo inteiro
a dor do amor...

O coração fica abatido
e, sem compasso,
não mais consegue bombear
da vida a seiva.

O corpo lasso desfalece
e dos meus olhos
descem dois rios caudalosos
pela na face.

Gravam caminhos de tristeza
no formato
da poesia que no peito
ficou presa.

BH – 07.08.07

quinta-feira, 8 de maio de 2008

OS MEUS SONHOS
lisieux

Os meus sonhos são todos mortos
antes do tempo
crestados como folha seca
pelo vento

Os meus sonhos são todos abortados
não tiveram tempo de nascer
foram como água, derramados
ao longo do caminho, terra seca
que os tragou,
secou-os totalmente.

Os meus sonhos são todos utopia
São fiapos, são retalhos, são pedaços
que não podem ser juntados, costurados...
e que voam, encobrindo meus espaços

não são possíveis, nem concretizáveis...

sonhos loucos
idiotas
miseráveis.

BH – 24.07.07

quarta-feira, 7 de maio de 2008

SETE
lisieux


São sete só meus pecados
ainda bem... não são mortais!
Embora sejam danados,
são somente capitais...
Assim, eu acho que Deus
vai a todos relevar
e eu vou no céu penetrar!
lisieux - BH

terça-feira, 6 de maio de 2008

TOMARA...
lisieux

Que o ódio, na sociedade, não extermine o amor.
Que o carinho, a lealdade, possam vencer a maldade,
a ganância, o preconceito,o desprezo, o orgulho, a dor...
E que toda a sociedade, todo esse sofrido povo,
viva esse momento novo, cheio de paz e calor.
E que se mude o conceito
do que seja mesmo o amor...

LISIEUX

segunda-feira, 5 de maio de 2008

CERTEZA
lisieux

A água fria à brisa da manhã
o sol saindo assim timidamente...
trago a lembrança tua em minha mente
na boca, o gosto fresco de hortelã
Eu, nua, abro os braços, livremente
saudando o dia tão alegremente,
pois sei que tu retornas, amanhã...

domingo, 4 de maio de 2008

SOBRE RIMA
lisieux
(resposta a Ademar Macedo)

Sei que o amigo foi franco,
porém eu, sem zombaria,
digo que há verso branco
cheinho de poesia!

Ao contrário, com certeza,
tem rima pobre, quebrada,
sem sentimento ou beleza...
essas sim, não dizem nada!

O que eu quero lhe dizer
é que em TUDO há poesia...
desde que quem escrever
não tenha a ALMA vazia...

lisieux - BH

Resposta a esta trova de Ademar:

Pode até ser paranóia
ou simplesmente ironia,
poesia com rima é “jóia”
sem rima é bijuteria...
Ademar Macedo

sexta-feira, 2 de maio de 2008

quinta-feira, 1 de maio de 2008

quarta-feira, 30 de abril de 2008

segunda-feira, 28 de abril de 2008

INCOMUM

lisieux

Incomum
é tomar café com rum
comprar sem dinheiro algum
ficar sem amor nenhum
comer salada de atum
fazer um "4" bebum...
Beijo não... beijo é comum
inda mais se somos um...
(e tome besteira... rs)

BH - 17.06.06
para Marcos Caiado

sexta-feira, 25 de abril de 2008

quinta-feira, 24 de abril de 2008

terça-feira, 22 de abril de 2008

INCONFORMISMO

lisieux

Preciso
esquecer o inconformismo
deitar fora diárias fantasias
formalidades,
frases feitas,
fast food,
sorriso vazio...

Estou farta
de corredores,
filas,
armários,
metrô,
ponto de ônibus...

Preciso erguer-me,
olhar em volta,
esquecer a revolta
perder-me
no universo dos espelhos...

E então,
voltar a caminhar...

SBC - 12.02.06

segunda-feira, 21 de abril de 2008

domingo, 20 de abril de 2008

ININTELIGÍVEL

lisieux


Zumbe, zumbi
varando a noite,
cortando silêncio...

Mas eu não entendo
o seu idioma:
linguagem secreta
que quer me dizer
incontáveis segredos
dispersos no tempo.

Passado, demente,
prensando
o presente...

BH - 01.11.07

sexta-feira, 18 de abril de 2008

quinta-feira, 17 de abril de 2008

quarta-feira, 16 de abril de 2008

terça-feira, 15 de abril de 2008

INSÔNIA

lisieux

Preciso:
de cafeína
nicotina
narcotizar-me...

Fugir de mim
tomar um gin
embebedar-me

depois aspirina
chá de camomila
neosaldina

e dopamina
pra esquecer...


a dor(mecer)
.
amor(tecer)
.
.
.
SBC - 26.08.07

sábado, 12 de abril de 2008

SONS

lisieux

Quando sons de sino embalarem a lua
pingente no céu
e roucos sussurros se esparramarem
pelas rachaduras da terra
talvez tenhas coragem de dizer
que me amas...
e eu direi que te amo
e te segurarei do meu lado

Quando a voz do silêncio ultrapassar
as barreiras do som
e as tuas palavras se perderem
nas minhas profundezas.
Quando esse som só se fizer ouvido
como hino solitário
em meio às nuvens,
também eu me calarei
e te deixarei ir

porque o amor só tem sentido
quando as palavras fazem eco.

BH - 25.11.04
02h14m
(mais velharia...hehehe)

sexta-feira, 11 de abril de 2008

PRECE

lisieux

Venho rogar ao Senhor da Natureza
que abençoe a terra, a água, as sementes,
e o sol, para que dê vida e beleza,
aos miseráveis, aos famintos, inocentes...

Rogo ao único Senhor dos céus e terra
que derrame a justiça sobre os povos,
que acabe com a vingança, com a guerra,
que assopre da esperança ventos novos.

Rogo ao único Senhor, dono dos Anjos,
sejam eles das Trevas, ou da Luz,
que conceda à humanidade outros arranjos
que a direcione para os braços de Sua Cruz.

Pois não existem, meus amigos, outras Leis
que não estejam sob os pés do Rei dos Reis...

BH - 21.03.08

quinta-feira, 10 de abril de 2008

BALADA PARA OUTRAS ISABELLAS

lisieux

Olá! Eu vim lhe contar
um pouco da minha história...
Peço atenção, seu “dotô”,
um instante, não demora...

Meu nome não é Isabela
nem “caí” de uma janela
do quarto no sexto andar...
(será que pensaram, os insanos,
que ela sabia voar?)

Não moro num prédio equipado,
não tenho motos, brinquedos,
nem piscina pra nadar...
Eu brinco, às vezes,
nas poças de chuva,
com gatos, latinhas,
bolinhas de gude...
isso quando não tenho
que a mãe ajudar...

Não sei dançar, e não brinco
como menina educada,
porque aprendi, desde cedo,
lá no morro onde nasci,
que não importa o sexo da criança:
menino ou menina, a experiência,
é viver o teatro
da sobrevivência...

Não me chamo Isabela...
nem fui morta (ainda)
por meu pai ou madastra...
mas morro um pouco,
a cada dia,
quando sou espancada.

E morro também,
assim, engasgada,
obrigada a me calar
quando tenho mãos sobre mim...
nem sempre a me sufocar,
mas explorando,
de um jeito esquisito,
que nem entendo direito,
o meu corpo sem contornos...

Meu nome, não é Isabela...
Não tenho cabelos lisos,
nem tenho olhinhos espertos...
Ao contrário: meus olhos são opacos,
talvez, por não querer enxergar
minha dura realidade...

Também não faço teatros,
lá no palco da escolinha
... isso não é para mim...
Quando vou à escola,
é somente pra comer
a merenda que me dão...
pois muitas vezes, em casa,
não temos sequer o pão...

O máximo que sei é correr:
morro abaixo, morro acima,
entre os carros dos sinais...
para ganhar um trocado,
ou para fugir dos adultos,
que insistem em me machucar...

Eu não me chamo Isabela...
mas, como ela,
(ou até mais!)
eu sofro... e diariamente...

Tenho marcas de pancadas,
queimaduras de cigarros,
tenho ossos fraturados,
boca sangrando, hematomas,
que mãos e pés gigantescos
me provocam sem motivo...

Não morri, como Isabela...
Ainda não... mas irmãos,
amiguinhos, conhecidos,
eu sempre vejo morrer...

Quem matou? Nunca se sabe...
“ele caiu”, “tropeçou”
“queimou-se por acidente”
“estrupada?”, “coitadinha”...
“não fui eu”, diz o padrasto,
“nem eu”, diz a mãe omissa...
e eles não têm nem quem reze
para eles, uma missa...

Eu não me chamo Isabela...
sou Maria, Rita, João...
Sou Josefina, sou Mirtes,
sou Paulo, Sebastião...
Sou tantas, tantas crianças,
que todo dia a omissão
de todos deixa morrer...

Engraçado é que ninguém,
faz passeata por mim
a imprensa não divulga,
o “figurão” não se importa,
a classe média não grita,
os ricaços dão de ombros...

Que hipocrisia é essa,
de chorar por uma só?
São tantas as Isabelas
violentadas sem dó...

Mas que importam
os escombros,
a escória da sociedade?

Se não me chamo Isabela,
não mereço piedade.

BH – 09.04.08

(que o triste caso desta garotinha, morta há mais ou menos uma semana, nos sirva de alerta para tantos casos que acontecem com as nossas crianças pobres... e a mídia nem dá bola...)

terça-feira, 8 de abril de 2008

MEU VERSO

lisieux

Meu verso ,impetuoso,
salta sobre a página
e, corajoso,
ousa falar, ferir,
gerar palavras.

No quarto, na penumbra,
ele se espalha, ganha espaços.

Cada verso meu tem uma voz
um timbre, um passo,
um gesto, uma atitude...

e à toda hora fere a quietude
de minha alma
eternamente errante.


BH - 05.08.06

segunda-feira, 7 de abril de 2008

SOLETRANDO

lisieux

Aprendo a soletrar de madrugada
e vou compondo rimas desgarradas
alinhavando versos sem sentido...

No fim, parece colcha de retalhos
o poema que me brota lá de dentro
um festival de frases soltas,
como o vento
que sopra assoviando entre os galhos...

Também aprendo a solfejar canções...
a transformar minhas desilusões
em versos que aliviam meu tormento

que encobrem o meu triste pensamento
e que me ajudam a enganar
o tempo...

BH - 06.07.07

domingo, 6 de abril de 2008

NA PRIMAVERA

lisieux
(Para o Varal do Lun'as)

Na primavera, tudo desabrocha
tudo retoma o brilho, a forma, a cor:
desde o calcário, da mais dura rocha,
à mais macia pétala da flor.
E arde no peito novamente a tocha
do velho e sempre renovado
AMOR!

lisieux - BH

terça-feira, 1 de abril de 2008

QUASE

lisieux

Quase eu te amo assim como eu queria
e quase eu fui feliz como eu sonhei
quase também contigo eu encontrei
a paz que a minha alma perseguia...

E quase eu fui amada de verdade,
quase que eu consegui ser companheira,
ser mulher, ser amante, ser inteira,
quase alcancei a tal felicidade.

E quase hoje eu posso te dizer,
que quase nada tenho que perder
e ainda tenho força de vontade

pra conseguir a todos enganar,
pra me iludir e quase acreditar
que eu quase não me acabo de saudade!

BH - março de 2007

domingo, 30 de março de 2008

NÃO TE ESQUECI

lisieux

Tu perguntaste se eu já te esqueci
se já não penso no nosso passado...
mas como te esquecer, se do meu lado,
a tua sombra anda, passo a passo,
colada ao corpo meu, como no abraço
como extensão dos membros e da alma?

Não te esqueci! Embora o tempo passe
e já não nos falemos como dantes
já não vivamos mais loucos instantes
de apaixonadas juras e desejos,
meu coração, amado, continua
tão atrelado ao teu como era antes
e ainda somos os velhos amantes
que em versos se derramam, noite afora...

Não te esqueci... Tu és, ainda agora,
o Vate que me inspira a poesia...
Tu és a sempre louca fantasia
que habita os sonhos de hoje
como outrora...

BH - 12.10.07
00h23m

sábado, 29 de março de 2008

NEGRAZUL

lisieux

Contra a lógica
contra os genes

explode o azul
nos olhos do menino
contrastando a pele negra...

miscigenação aleatória
mostrando a incoerência
do preconceito.

BH - 06.07.07

quinta-feira, 27 de março de 2008

SE TU ME AMAS II

lisieux


Se tu me amas
ama-me, às vezes,
com desvairada paixão,
sem diretrizes.

Ama-me assim,
com todos os matizes
todos os cheiros
com mil sensações...

Ama-me pleno
de toques e emoções,
ama-me assim,
silenciosamente

como as imensidões
das cordilheiras...
Ama-me, pois,
de todas as maneiras!

BH - 15.06.07

SOU PASSARINHO

lisieux

"Todos aqueles que estão atravancando o meu caminho:
Eles passarão... eu, passarinho." Mário Quintana

Todos passam, tudo passa, eu permaneço
porque minh'alma é qual um passarinho
e quando tudo passa, eu recomeço
e quando posso, refaço meu caminho...

Eu luto e sangro, mas eu não desisto
porque eu tenho asas, vôo alto
os meus sonhos e planos, eu conquisto
mesmo com dificuldade e sobressalto

Sou passarinho... e livre vou voar
mesmo que o céu seja de tempestade,
eu me recuso a chorar, sofrer...

Porque aprendi sozinha a me cuidar
não abro mão da minha liberdade
e nunca mais vou me deixar prender.

BH - 25.02.04

POR CIMA DO MURO

lisieux

Não, não é por timidez
que eu não te telefono.
É que o amargo do abandono
entranhou-se em mim, de vez.

É por isso que preciso
andar pela tua rua,
passear, à luz da lua,
espiar o teu sorriso;
Ver janelas, edifícios,
rolar pelos precipícios
à procura de esquecer...

Mas não consigo, não quero!
Porque no fundo, ainda espero
ser amada pra valer.

E de ti, que me esqueceste,
eu guardo cada detalhe:
cada ruga, cada entalhe
do teu rosto, teu olhar...

E não me canso um segundo
de lembrar nosso passado
de desejo, de pecado.
Não me canso,
de esperar...

BH - 03.05.07

Inspirado em "Clandestino", de líria porto.

terça-feira, 25 de março de 2008

NIVER DO GUILHERME

lisieux

Ademar mandou convite
para o niver do seu neto...
e tenho cá um palpite
que, cercadinho de afeto,
o Guigui vai transbordar
de alegria. E, irrequieto,
as velas vai apagar
no colinho do vovô...
Felicidade desejo
ao netinho do Ademar!
Venho dar o meu alô
e o meu beijo caloroso...
E na hora de cantar
para o netinho, orgulhoso,
o "parabéns pra você"
receba também o abraço,
apertado e carinhoso,
da poeta Lisieux.

BH - 25.03.08
(parabéns Guigui... e parabéns também ao vovô orgulhoso)

domingo, 23 de março de 2008

POR UM TRIZ

lisieux

se estendo a mão
e não te toco
sufoco
morro
desintegro...
e nego
a síntese
do universo.

BH - 07.08.07

sexta-feira, 21 de março de 2008

PÁSSARO

lisieux

Voa, voa, sonho alado:
abalroa o meu presente
e despenca em meu passado...

BH - 17.06.06

quinta-feira, 20 de março de 2008

SEMEADURA

lisieux

carícias são sementes
jogadas no canteiro
das possibilidades

o corpo é terra fértil
à espera do plantio

agricultor,
usas as mãos
para adubar-me

salivas gotas a regar-me
o colo
aras o solo
do meu corpo nu

e enfim...

quando de dia
o sol acende a tocha
já desabrocha
poesia
em mim...

BH - 01.12.07
04h

quarta-feira, 19 de março de 2008

terça-feira, 18 de março de 2008

TAPAS NO ROSTO

lisieux

MOTE - Thalma Tavares

Das bofetadas que a vida
me deu sem muita piedade,
tu foste a mais dolorida
e a que mais deixou saudade. (TT)

GLOSA: lisieux

DAS BOFETADAS QUE A VIDA
distribuiu no meu rosto,
a que me fez ressentida,
cheia de dor e desgosto,

foi aquela, que o destino
ME DEU, SEM MUITA PIEDADE
trazendo-me desatino
e atroz infelicidade.

Tu foste a ilusão perdida
dos sonhos de liberdade...
TU FOSTE A MAIS DOLORIDA
das marcas da minha idade.

Porém ainda que doa,
a tua infantilidade,
tua amizade foi boa
E A QUE DEIXOU MAIS SAUDADE

segunda-feira, 17 de março de 2008

PAIXÃO DE POETA

lisieux

"Estou deveras apaixonada por um novo poeta"
que apesar de tentar repetir-se,
não consegue
que apesar de dizer-se sempre um,
são muitos
que apesar de tentar fazer a pena
deslizar da mesma forma, todo dia
só consegue espantar-me
frágil mariposa
atraída pela luz que dele emana
e me alumia!


MEU POETA, a teus pés me quedo, encantada.
Delícia ter-te de volta!
Deixubeijo sempre cheio de carinho e admiração.
lis

sábado, 15 de março de 2008

POLITICAMENTE (IN) CORRETA

lisieux

No plenário a dança
da impunidade
agrava a crise de moralidade.

BH - 31.03.06
03h41m

(E TUDO CONTINUA COMO ANTES, NO QUARTEL DE ABRANTES...)

sexta-feira, 14 de março de 2008

quinta-feira, 13 de março de 2008

TÉDIO

lisieux

Os dias transcorrem
sem rumos, sem rimas
sem flores, bombons
sem frases calientes
sem toques, sem beijos
fanados desejos
e dedos dormentes
e bocas seladas
sem cores, sem sons...

Meus olhos são mares
de ondas bravias
não são esses céus
de infinitos azuis
não têm a pureza
de nuvens serenas
nem toques de harpas
de mil querubins...
são ondas tremendas
batendo as escarpas
que jogam teu barco
pra longe de mim

porém minha vida
sem me navegares
são frios lugares
desertos sem fim...

BH - 06.09.07

quarta-feira, 12 de março de 2008

DE "LI" PARA "LI"

Para Li...ane
de Li...sieux

E contemplando a foto da gaúcha,
a amiga, mineirucha,
ri sozinha...
Não é que o sorriso da guria
salta da tela e vem cruzar a minha
tarde de março, cheio de magia?
E embora longe, sinto o coração
pulsar mais forte, cheio de emoção...
porque amar, gaúcha, é "trem" tão "bão"
que nada existe de melhor...
ah, não!
Bh - 11.03.08

Bjokas domingueiras... rs
lis

terça-feira, 11 de março de 2008

segunda-feira, 10 de março de 2008

sábado, 8 de março de 2008

DEU NA TV

lisieux

MOTE - "A TV, prótese dos olhos
mostra todas as misérias do mundo"
Reyex


A TV é prótese dos olhos...
sem ela, não enxergo
à minha volta

Ela me faz ver o mundo miserável
e torna intolerável
meus momentos

Não posso desligar os pensamentos
juntamente com o noticiário
nem adianta mudar o itinerário
dos dedos no controle da TV

Quem finge que não vê
a realidade
não pára no canal do coração
não se deixa embalar pela emoção
da guerra,e dos horrores que ela traz
mas torce, ri e chora feito bobo
pra o que a mocinha da novela faz

e se guia apenas pela propaganda
os "enlatados" e "notícias" de encomenda
não se emenda...

e é apenas um pobre-coitado
que há muito
já se encontra
desligado.

São Bernardo do Campo
30.08.07

sexta-feira, 7 de março de 2008

PONTIAGUDO

lisieux

Agulha, lâmina
cortante ponta
faca
aguda dor na ânima
desponta
ataca
Ferina arma
punhal pontiagudo
florete que atravessa
o corpo
o coração
a clara consciência.
Já não existe mundo
ao meu redor...
demência;

BH - 2008

quarta-feira, 5 de março de 2008

SE TU ME AMAS

lisieux

Se de fato me amas, não precisas
anunciar aos quatro ventos,
gritar pelas ruas,
escancarar janelas e porteiras.

Não precisas proclamar aos quatro cantos,
nem espalhar pelos quatro continentes
ou mergulhar nos quatro oceanos
para levar o teu amor, pelas correntes.

Se de fato tu me amas, não precisas
gritar pelos quadrantes da cidade,
nem ficar repetindo, repetindo,
em cada uma das quatro estações.

E nem por quatro semanas necessitas
por anúncios nos jornais dominicais...
Também não tens que, pelas quatro fases
da lua misteriosa, nos telhados,
subir a fim de anunciares, loucamente,
o teu amor por todo o firmamento.

Basta, amado, se de fato tu me amas,
entre as quatro paredes do meu quarto,
- as quatro mãos assim entrelaçadas
e quatro olhos a brilhar, na escuridão -
deixar que o amor, sem pejo, não se cale...

e que ele assim,
silenciosamente,
fale
.
.
.

BH - 25.07.07

terça-feira, 4 de março de 2008

segunda-feira, 3 de março de 2008

SONS DA MADRUGADA

lisieux

Sombrios sustos,
sótãos assombrados
e eu, seguindo só,
sórdida, sombra.

Saudade surda
bate forte
nas soleiras,
nas cancelas,
nos portais...

Sinistros são os sons
da madrugada.

Enorme
é a minha solidão.

E a alvorada tarda:

es
cu
ri
dão...

SBC - 05.04.05
(tenho postado muita coisa antiga... falta de inspiração que não dá trégua... bah!)

domingo, 2 de março de 2008

SONHOS

lisieux

Os sonhos, amigo, eu creio
que são a essência da vida
brincadeira preferida
para a hora do recreio...
Pois não tenhas mais receio
de sonhar... não tenhas não!
Se de amor os sonhos são
mais gostosos são ainda
pois não há coisa mais linda
que sonhar com o coração.

lisieux - BH - 25.10.07 - 01h40

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

PALAVRAS

lisieux

Palavras se esgueiram
por minhas sombras,
se espalham
por meus porões
não cabem entre os meus braços...
Transbordam pelos meus lábios,
ingressam pelas janelas,
e atravessam as portas,
tomam conta dos espaços.
Voam por todos os lados,
encontram pouso, afinal,
na minha cama vazia...

E se fazem poesia.

BH - 2008

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

domingo, 24 de fevereiro de 2008












Acróstico para MARCOS CAIADO
lisieux

M ineira que sou, vivo desconfiada
A ssuntando os portais, pesquisando na net,
R aramente topando com algo que preste
C riticando sem dó a quem tem só "fachada".
O bservo que muitos se dizem poetas,
S em saber dessa arte, nem bases, nem metas...

C erta vez, no entanto, encontrei um cantinho
A ssinado por certo poeta goiano...
I mergi nos poemas, amei o "fulano"!
A ssinei minha sina, aceitei o destino
D e me ver prisioneira do seu sentimento...
O brigada, Caiado, por tamanho talento!

lisieux - BH - 24.02.08

Pequena homenagem a um dos meus poetas preferidos,
pela passagem do seu aniversário.
Que Deus abençoe e conserve o grande talento
desse moço de Goiás... em poesia e pintura.
Bjo daqui de Minas, com gosto de pão de queijo!
* Foto: Marcos Caiado, declamando...

sábado, 23 de fevereiro de 2008

PAISAGEM

lisieux

A paisagem à minha volta é árida

a minha língua é ferina e áspera
a alma é triste, impaciente e ávida
de amor...

e fico passeando entre os álamos
perdida, peregrino sem pousada

à espera de que voltes
aos meus átrios.

BH - 04.02.08

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

TEMPORAL

lisieux

E de repente a boca da noite me arreganha os dentes, sarcasticamente a me lembrar que eu sou apenas gota... talvez uma das que caem, parte da chuva densa, torrencial, que cai lá fora.
E o barulho da chuva tamborila nas janelas dos meus olhos, acorda-me o animal que dormita nas entranhas e eu rujo tempestade, gano, uivo, fera; trovejo e ronco, elementos à flor da pele, à flor da alma.
Ah.. essa felicidade conta-gotas, canudinho, regrada e mesquinha...
Queria queda-d'água, precipício, Niagara!
E tu, diluído em meio a tanta água, derramando-se em mim, condensando-se nuvem, fazendo-se de novo temporal.

BH - 07.11.03

Uma prosa antiguinha...

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

STRANO AMORE

lisieux

Tão diferente o meu amor por ti...
tão inocente e cheio de desejo,
incoerente, sem remorso ou pejo,
e indeferente ao senso comum...

Não tem nenhum pudor
e não se esconde,
inda que seja sempre condenado,
pela sociedade maldizente
e que a igreja o trate tão somente
como fatal pecado, repelente,
posto a queimar em infernal calor...

Amor estranho, intenso, dividido,
que ora é bênção, ora mortal castigo,
que abrasa a alma e põe o corpo em chama...

Sentimento dual, tão diferente...
mas que transforma o inverno
em tarde quente
que enxuga o pranto e torna sorridente
a boca que se alegra em te beijar...

Amor que é complicado, incompreendido,
por quase todos e também por Deus...
Mas que me faz sentir no paraíso
quando eu escuto a tua voz e riso
e quando estou feliz,
nos braços teus...

Amor estranho, que é repudiado,
que torna a vida em constante drama...
Amor maluco, amaldiçoado...

e que só pode ser abençoado
por alguém que nesta vida
também ama...

BH - 19.02.08

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

ROSA AZUL

lisieux

(PARA O VARAL DO LUN'AS)
Pensei poder perder-te para sempre
pensei jogar lembranças no passado
pensei provar paixão no meu presente
e esquecer o tom do sentimento
profundo e doce preso na memória...

porém a rosa azul do amor sincero
floresce eternamente em minha história.

lisieux - BH

domingo, 17 de fevereiro de 2008











INVISÍVEL
lisieux

Olha eu aqui... será que ninguém vê?
Sou invisível, etéreo, transparente?
Não vês o meu olhar de amor carente
e passas, insensível como quê...

Ninguém percebe a lágrima no olhar,
ninguém me escuta a voz do coração...
e eu vou seguindo, nesta solidão,
sem esperança ou forças pra sonhar.

Estou aqui, andando do teu lado.
Paro contigo, no sinal fechado,
peço um trocado, ou mesmo o teu sorriso.

Porém não vês e viras tuas costas
no teu semblante o teu desprezo mostras
e tu te vais, sem dar-me o que eu preciso.

BH - 10.02.08
Para o Especial "Os Invisíveis", do site
Luna e Amigos.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008













MATURIDADE
lisieux

Agora adulta sou, e pela vida
tropeços tive ao longo dos caminhos
colhi das flores pétalas e espinhos
fui lembrada, e também fui esquecida...

Teci sonhos e planos, fui querida,
vivi momentos doces, de carinhos
e tantos outros, tristes e sozinhos
em que pensei: pra dor, não há saída.

Mas hoje eu sei que tudo o que sofri
foi como adubo a preparar terreno
pro novo fruto que se quer colher...

E todas as lições que eu aprendi
fizeram o meu destino mais sereno
fizeram renascer: nova mulher!

BH - 12.02.08

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008









DE POETAS E DE LOUCOS
lisieux

Difícil rotular quem é "normal",
no mundo complicado de hoje em dia...
Difícil distinguir o bem do mal
ou separar coragem e covardia...

Porém insisto em fazer poesia
e vou seguindo e grito, mesmo rouco...

de poeta e de louco, todo mundo tem um pouco.

BH - 13.02.08
Para o Varal do Lun'as
Foto: eu e várias poetas dos grupos de que participo.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008













AUSÊNCIA
lisieux

E eu te escrevo pra dizer-te, amigo,
tudo que sinto e a falta que me fazes...
E o coração, espremo nas tenazes
da dor que não suporto e não mitigo.

E a cada vez que em ti procuro abrigo
tu não me atendes nem conforto trazes...
Fico pensando em como são fugazes
os compromissos que tu tens comigo...

Mas se a amizade, é qual religião
em que se empenha a fé, se dá perdão
e que se doa a vida em prol de alguém...

não posso compreender a tua ausência...
E fico a prescrutar-me a consciência,
buscando a causa deste teu desdém.

BH – 13.02.08

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008













OLHOS
lisieux

Represa
brancoenergizada
Prestes a abrir
comportas...

Desagüar de torrentes
na manhã de abril.

São Bernardo do Campo
24.05.04 -11h17m

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008













DESABROCHAR
lisieux

Na primavera, tudo desabrocha
tudo retoma o brilho,
a forma, a cor:
desde o calcário,
da mais dura rocha,
à mais macia pétala da flor.

E arde no peito
novamente a tocha
do velho
e sempre renovado
AMOR!

BH - 25.01.08

domingo, 10 de fevereiro de 2008













ELEpê
lisieux

Lapso de tempo
lápis coloridos
lilases,
tons pastéis...

Luares amarelos
lagoas de águas claras
limítrofes
paisagens

Lugares encantados
legados de esperança
lembranças
do
passado...



BH - 03.06.04

sábado, 9 de fevereiro de 2008











A CARTA
lisieux

Aquela carta que chegou ontem à tarde
e que ainda está fechada ali na mesa
por não saber se é de alegria ou de tristeza
me fez ficar mais tensa e mais covarde...

Falta coragem para abrir a tua carta
porque, querido, eu já estou tão farta
de te esperar,
sabendo
que não vens...

BH - 08.02.08

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008
















FUGAS
lisieux

Ânima
animal
animada
por desejos

lampejos
de memórias
passados carnavais

sonhos perdidos
e histórias reais
que habitam a mente
de forma
fugaz.

BH - 05.02.08

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008











ENGRENAGEM
lisieux

Engrenagens rangem
sombrios desencontros.

Intermináveis esperas
passam em procissão...

Saudades espremem
o sumo da paixão.

E, uma após outra,
as emoções se despem...

bagaços que sobram
nos moinhos
da vida.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008













PESADELO
lisieux

Ter febre, suores,
noturnos pavores,
ver sombras escuras
nos muros, paredes...
trocar frescos verdes
e frutas maduras
por sobras, sabores
amargos, azedos...

Tremer pelos medos
de frios algozes,
anseios carnais...

castigo que trago
por guardar comigo
as velhas histórias,
lembranças de cais...

e antigas memórias
de encontros discretos
de amores secretos
que não voltam mais.

BH - 06.02.08

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008













INCONFORMISMO
lisieux

Preciso
esquecer o inconformismo
deitar fora diárias fantasias
formalidades,
frases feitas,
fast food,
sorriso vazio...

Estou farta
de corredores,
filas,
armários,
metrô,
ponto de ônibus...

Preciso erguer-me,
olhar em volta,
esquecer a revolta
perder-me
no universo dos espelhos...

E então,
voltar a caminhar...

SBC - 12.02.06

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008
















PRANTO
lisieux

Lágrimas temperam
os sulcos da face...
salgado sabor de passado.

BH - 07.02.08

domingo, 3 de fevereiro de 2008
















NADA A DECLARAR
lisieux

não tenho nada
a dizer
nada a fazer
ou pensar...

nada a mudar,
consertar,
por remendo

apenas frio
tremendo.

BH - 05.02.08

sábado, 2 de fevereiro de 2008
















OLHOS
lisieux

Represa energizada
prestes
a abrir comportas
e desaguar torrentes
na manhã
de abril.

BH - 12.05.04

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008













DEFINIÇÃO DE SAUDADE
lisieux

Telefone me observa
mu-da-men-te...
Muda a mente
o conceito de distância...

Saudade
é o aparelho
que permanece
no gancho.

BH - 21.05.05

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008










MENINO DOS PAMPAS
lisieux

Porto Alegre,
perto teu rosto
guri pôr-de-sol...

Magia da serra,
floradas...
e o rio
refletindo
a lua em nós...

Teu corpo aquece
o frio
que ficou esquecido
nas Gerais...

Porto Alegre - fev 2002

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008
















REFLEXO
lisieux

De dentro do espelho
uma louca me acena.
Engraçado: parece comigo.

BH - 08.02.08

terça-feira, 29 de janeiro de 2008
















JAZZ AO LONGE
lisieux

Altissonantes
notas de tristeza
uma aspereza
de espinho
nos sentidos...

e outras notas
solitárias,
nos ouvidos.

BH -

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008













DIURNAMENTE
lisieux

Noite abortada...

sol nascendo
a medo,
acordando
alheio
aos corpos,

gemendo
de

d o r...

domingo, 27 de janeiro de 2008












DIVAGANDO
lisieux

É sábado...
lembrança
dança.

Piscam letreiros
na tarde cinzenta...

vida passeia
lenta.

BH - 07.02.08

sábado, 26 de janeiro de 2008












GUAÍBA
lisieux

Soluço das águas
iridescendo luzes.
Entardecer...

Porto Alegre - fev 2002

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008
















LOUCA CAPITAL
lisieux

Pelas ruas muitas caras
e sotaques
Luz, vitrines e cenários
em destaque.

Nas esquinas, mil encontros
despedidas.
Operários e lojistas,
avenidas...

Vis salários, verso, artistas,
cenas, crimes...
Estrangeiros, companheiros,
motoristas.

Nordestinos, japoneses
trambiqueiros.
Sé, meninos, camelôs
patrões, fregueses...

Vilas, túneis e metrôs,
pobres, burgueses...
Lixo, luxo, mil complôs
corridos meses.

Paulicéia desvairada
assustadora...
Aperta o passo,
no compasso
da
ga
ro
a
.
.
.
Homenagem a São Paulo, cidade que amo, no dia do seu aniversário.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008
















UN BACIO PER TE
lisieux

Eu vim trazer-te um beijo apaixonado
simbolizando o amor que consome
e que me faz chamar pelo teu nome
sonhando em ter-te sempre do meu lado...

Trago-te um beijo assim: quente e molhado,
que arde dentro de mim na noite insone
em que, no criado-mudo, o telefone
não toca... nem me traz o teu recado...

E então meu beijo vai, enlouquecido,
nas asas desta brisa matutina
ao encontro do teu corpo adormecido

Penetra no teu sonho, mansamente
os teus sentidos todos, alucina...
Pena que o dia raie, novamente...

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008













DOIS LADOS DA MINHA RUA
lisieux

O lado claro da rua,
banhado na luz da lua
cheio de brilho e alegria...
é o lado do meu passado
de menina-moça, amante,
que vivia esfuziante
feliz de estar do teu lado,
sempre em tua companhia...

O lado escuro da rua
onde se escondeu a lua
e até mesmo a luz é fria,
nem há cantos, no arrebol...
é o lado triste de agora,
porque tu te foste embora
deixando-me assim, sombria,
tu que eras o meu sol!

BH - 01.02.04
01h35m

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008












TÉDIO
lisieux

Os dias transcorrem
sem rumos, sem rimas
sem flores, bombons
sem frases calientes
sem toques, sem beijos
fanados desejos
e dedos dormentes
e bocas seladas
sem cores, sem sons...

Meus olhos são mares
de ondas bravias
não são esses céus
de infinitos azuis
não têm a pureza
de nuvens serenas
nem toques de harpas
de mil querubins...
são ondas tremendas
batendo as escarpas
que jogam teu barco
pra longe de mim

porém minha vida
sem me navegares
são frios lugares
desertos sem fim...

BH - 06.09.07











REJUVENESCIMENTO
lisieux

Antes de ti era velha,
fim de estoque,
baixa-estima...
depois de ti, adolesço...
faço verso, arrisco rima...

sou moça, talvez menina
sem retoque ou purpurina
voltei a dar-me bom preço...

não estou no fim da linha...
pois amar-te,
é recomeço.

BH - 12.11.07