lisieux
Palavras se esgueiram
por minhas sombras,
se espalham
por meus porões
não cabem entre os meus braços...
Transbordam pelos meus lábios,
ingressam pelas janelas,
e atravessam as portas,
tomam conta dos espaços.
Voam por todos os lados,
encontram pouso, afinal,
na minha cama vazia...
E se fazem poesia.
BH - 2008
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008
PALAVRAS
Postado por lisieux às 20:56 0 comentários
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008
domingo, 24 de fevereiro de 2008
Acróstico para MARCOS CAIADO
lisieux
M ineira que sou, vivo desconfiada
A ssuntando os portais, pesquisando na net,
R aramente topando com algo que preste
C riticando sem dó a quem tem só "fachada".
O bservo que muitos se dizem poetas,
S em saber dessa arte, nem bases, nem metas...
C erta vez, no entanto, encontrei um cantinho
A ssinado por certo poeta goiano...
I mergi nos poemas, amei o "fulano"!
A ssinei minha sina, aceitei o destino
D e me ver prisioneira do seu sentimento...
O brigada, Caiado, por tamanho talento!
lisieux - BH - 24.02.08
Pequena homenagem a um dos meus poetas preferidos,
pela passagem do seu aniversário.
Que Deus abençoe e conserve o grande talento
desse moço de Goiás... em poesia e pintura.
Bjo daqui de Minas, com gosto de pão de queijo!
* Foto: Marcos Caiado, declamando...
Postado por lisieux às 22:46 0 comentários
sábado, 23 de fevereiro de 2008
PAISAGEM
lisieux
A paisagem à minha volta é árida
a minha língua é ferina e áspera
a alma é triste, impaciente e ávida
de amor...
e fico passeando entre os álamos
perdida, peregrino sem pousada
à espera de que voltes
aos meus átrios.
BH - 04.02.08
Postado por lisieux às 21:55 0 comentários
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008
TEMPORAL
lisieux
E de repente a boca da noite me arreganha os dentes, sarcasticamente a me lembrar que eu sou apenas gota... talvez uma das que caem, parte da chuva densa, torrencial, que cai lá fora.
E o barulho da chuva tamborila nas janelas dos meus olhos, acorda-me o animal que dormita nas entranhas e eu rujo tempestade, gano, uivo, fera; trovejo e ronco, elementos à flor da pele, à flor da alma.
Ah.. essa felicidade conta-gotas, canudinho, regrada e mesquinha...
Queria queda-d'água, precipício, Niagara!
E tu, diluído em meio a tanta água, derramando-se em mim, condensando-se nuvem, fazendo-se de novo temporal.
BH - 07.11.03
Uma prosa antiguinha...
Postado por lisieux às 22:58 0 comentários
terça-feira, 19 de fevereiro de 2008
STRANO AMORE
lisieux
Tão diferente o meu amor por ti...
tão inocente e cheio de desejo,
incoerente, sem remorso ou pejo,
e indeferente ao senso comum...
Não tem nenhum pudor
e não se esconde,
inda que seja sempre condenado,
pela sociedade maldizente
e que a igreja o trate tão somente
como fatal pecado, repelente,
posto a queimar em infernal calor...
Amor estranho, intenso, dividido,
que ora é bênção, ora mortal castigo,
que abrasa a alma e põe o corpo em chama...
Sentimento dual, tão diferente...
mas que transforma o inverno
em tarde quente
que enxuga o pranto e torna sorridente
a boca que se alegra em te beijar...
Amor que é complicado, incompreendido,
por quase todos e também por Deus...
Mas que me faz sentir no paraíso
quando eu escuto a tua voz e riso
e quando estou feliz,
nos braços teus...
Amor estranho, que é repudiado,
que torna a vida em constante drama...
Amor maluco, amaldiçoado...
e que só pode ser abençoado
por alguém que nesta vida
também ama...
BH - 19.02.08
Postado por lisieux às 19:43 0 comentários
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008
ROSA AZUL
lisieux
(PARA O VARAL DO LUN'AS)
Pensei poder perder-te para sempre
pensei jogar lembranças no passado
pensei provar paixão no meu presente
e esquecer o tom do sentimento
profundo e doce preso na memória...
porém a rosa azul do amor sincero
floresce eternamente em minha história.
lisieux - BH
Postado por lisieux às 22:41 0 comentários
domingo, 17 de fevereiro de 2008
INVISÍVEL
lisieux
Olha eu aqui... será que ninguém vê?
Sou invisível, etéreo, transparente?
Não vês o meu olhar de amor carente
e passas, insensível como quê...
Ninguém percebe a lágrima no olhar,
ninguém me escuta a voz do coração...
e eu vou seguindo, nesta solidão,
sem esperança ou forças pra sonhar.
Estou aqui, andando do teu lado.
Paro contigo, no sinal fechado,
peço um trocado, ou mesmo o teu sorriso.
Porém não vês e viras tuas costas
no teu semblante o teu desprezo mostras
e tu te vais, sem dar-me o que eu preciso.
BH - 10.02.08
Para o Especial "Os Invisíveis", do site
Luna e Amigos.
Postado por lisieux às 13:36 0 comentários
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008
MATURIDADE
lisieux
Agora adulta sou, e pela vida
tropeços tive ao longo dos caminhos
colhi das flores pétalas e espinhos
fui lembrada, e também fui esquecida...
Teci sonhos e planos, fui querida,
vivi momentos doces, de carinhos
e tantos outros, tristes e sozinhos
em que pensei: pra dor, não há saída.
Mas hoje eu sei que tudo o que sofri
foi como adubo a preparar terreno
pro novo fruto que se quer colher...
E todas as lições que eu aprendi
fizeram o meu destino mais sereno
fizeram renascer: nova mulher!
BH - 12.02.08
Postado por lisieux às 22:11 0 comentários
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008
DE POETAS E DE LOUCOS
lisieux
Difícil rotular quem é "normal",
no mundo complicado de hoje em dia...
Difícil distinguir o bem do mal
ou separar coragem e covardia...
Porém insisto em fazer poesia
e vou seguindo e grito, mesmo rouco...
de poeta e de louco, todo mundo tem um pouco.
BH - 13.02.08
Para o Varal do Lun'as
Foto: eu e várias poetas dos grupos de que participo.
Postado por lisieux às 22:10 0 comentários
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008
AUSÊNCIA
lisieux
E eu te escrevo pra dizer-te, amigo,
tudo que sinto e a falta que me fazes...
E o coração, espremo nas tenazes
da dor que não suporto e não mitigo.
E a cada vez que em ti procuro abrigo
tu não me atendes nem conforto trazes...
Fico pensando em como são fugazes
os compromissos que tu tens comigo...
Mas se a amizade, é qual religião
em que se empenha a fé, se dá perdão
e que se doa a vida em prol de alguém...
não posso compreender a tua ausência...
E fico a prescrutar-me a consciência,
buscando a causa deste teu desdém.
BH – 13.02.08
Postado por lisieux às 20:57 0 comentários
terça-feira, 12 de fevereiro de 2008
OLHOS
lisieux
Represa
brancoenergizada
Prestes a abrir
comportas...
Desagüar de torrentes
na manhã de abril.
São Bernardo do Campo
24.05.04 -11h17m
Postado por lisieux às 21:28 0 comentários
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008
DESABROCHAR
lisieux
Na primavera, tudo desabrocha
tudo retoma o brilho,
a forma, a cor:
desde o calcário,
da mais dura rocha,
à mais macia pétala da flor.
E arde no peito
novamente a tocha
do velho
e sempre renovado
AMOR!
BH - 25.01.08
Postado por lisieux às 17:21 0 comentários
domingo, 10 de fevereiro de 2008
ELEpê
lisieux
Lapso de tempo
lápis coloridos
lilases,
tons pastéis...
Luares amarelos
lagoas de águas claras
limítrofes
paisagens
Lugares encantados
legados de esperança
lembranças
do
passado...
BH - 03.06.04
Postado por lisieux às 11:09 0 comentários
sábado, 9 de fevereiro de 2008
A CARTA
lisieux
Aquela carta que chegou ontem à tarde
e que ainda está fechada ali na mesa
por não saber se é de alegria ou de tristeza
me fez ficar mais tensa e mais covarde...
Falta coragem para abrir a tua carta
porque, querido, eu já estou tão farta
de te esperar,
sabendo
que não vens...
BH - 08.02.08
Postado por lisieux às 01:45 0 comentários
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008
FUGAS
lisieux
Ânima
animal
animada
por desejos
lampejos
de memórias
passados carnavais
sonhos perdidos
e histórias reais
que habitam a mente
de forma
fugaz.
BH - 05.02.08
Postado por lisieux às 21:20 0 comentários
Marcadores: n
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008
ENGRENAGEM
lisieux
Engrenagens rangem
sombrios desencontros.
Intermináveis esperas
passam em procissão...
Saudades espremem
o sumo da paixão.
E, uma após outra,
as emoções se despem...
bagaços que sobram
nos moinhos
da vida.
Postado por lisieux às 21:32 0 comentários
quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008
PESADELO
lisieux
Ter febre, suores,
noturnos pavores,
ver sombras escuras
nos muros, paredes...
trocar frescos verdes
e frutas maduras
por sobras, sabores
amargos, azedos...
Tremer pelos medos
de frios algozes,
anseios carnais...
castigo que trago
por guardar comigo
as velhas histórias,
lembranças de cais...
e antigas memórias
de encontros discretos
de amores secretos
que não voltam mais.
BH - 06.02.08
Postado por lisieux às 21:05 0 comentários
terça-feira, 5 de fevereiro de 2008
INCONFORMISMO
lisieux
Preciso
esquecer o inconformismo
deitar fora diárias fantasias
formalidades,
frases feitas,
fast food,
sorriso vazio...
Estou farta
de corredores,
filas,
armários,
metrô,
ponto de ônibus...
Preciso erguer-me,
olhar em volta,
esquecer a revolta
perder-me
no universo dos espelhos...
E então,
voltar a caminhar...
SBC - 12.02.06
Postado por lisieux às 20:44 0 comentários
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008
Postado por lisieux às 21:30 0 comentários
domingo, 3 de fevereiro de 2008
NADA A DECLARAR
lisieux
não tenho nada
a dizer
nada a fazer
ou pensar...
nada a mudar,
consertar,
por remendo
apenas frio
tremendo.
BH - 05.02.08
Postado por lisieux às 21:12 0 comentários
sábado, 2 de fevereiro de 2008
OLHOS
lisieux
Represa energizada
prestes
a abrir comportas
e desaguar torrentes
na manhã
de abril.
BH - 12.05.04
Postado por lisieux às 20:47 0 comentários
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008
DEFINIÇÃO DE SAUDADE
lisieux
Telefone me observa
mu-da-men-te...
Muda a mente
o conceito de distância...
Saudade
é o aparelho
que permanece
no gancho.
BH - 21.05.05
Postado por lisieux às 20:08 0 comentários