quinta-feira, 26 de junho de 2008













GRITO DE ALERTA
lisieux

O mundo continua definhando,
dia a dia se esvai em sofrimento:
é guerra, é fome, é o desmatamento
que aos poucos o planeta vai minando.

E nós, "humanos", nunca percebemos
o clamor do Planeta, agonizante?
Não vemos que matamos, todo instante,
o mundo que, de graça, recebemos?

Tomara percebamos, sem demora,
que a natureza sofre, que ela chora
e nós vamos seguindo, sem notar...

Tenhamos consciência de que a vida
depende da Mãe Terra, tão ferida
e temos que o Planeta preservar.

BH - 22.01.08

terça-feira, 24 de junho de 2008











MATURIDADE
lisieux

Agora adulta sou, e pela vida
tropeços tive ao longo dos caminhos
colhi das flores pétalas e espinhos
fui lembrada, e também fui esquecida...

Teci sonhos e planos, fui querida,
vivi momentos doces, de carinhos
e tantos outros, tristes e sozinhos
em que pensei: pra dor, não há saída.

Mas hoje eu sei que tudo o que sofri
foi como adubo a preparar terreno
pro novo fruto que se quer colher...

E todas as lições que eu aprendi
fizeram o meu destino mais sereno
fizeram renascer: nova mulher!

BH - 12.02.08

segunda-feira, 23 de junho de 2008















UM SONHO DE CRIANÇA
lisieux

Eu sempre sonho com um mundo lindo
cheio de cores, mágica e aventuras,
aonde eu mostre as emoções mais puras
e seja cheio de um amor infindo.

Eu quero um mundo cheio de riqueza
em que convivam povos, credos, raças...
Cheio de largas avenidas e de praças,
em que possamos festezar a natureza.

Quero um planeta abençoado e livre
em que nenhuma criatura prive
nem a si nem ao outro, de carinho...

Quero crescer num mundo de esperança.
Que o ser humano volte a ser criança
e nunca mais se sinta tão sozinho...

BH - 02.12.07

domingo, 22 de junho de 2008















O TEU SILÊNCIO
lisieux

Se silencias o canto, o verso, o verbo
e a verve calas nos porões da noite
se teus poemas guardas, tão avaro,
no fundo dos baús do esquecimento..

se não me dás as rimas tão plangentes
nem metrificas mais as tuas frases
se tu escondes líricos lamentos
e não me deixas ouvir o som dos ventos
por entre os versos dos poemas raros
cheios de dores e de sentimentos...

se não me falas mais de teus amores
nem deixas escapar os teus tremores
no ritmo cantante dos teus versos...

também eu emudeço, não converso
porque não sei falar de amor e sexo
se não ouvir da tua lira o eco.

BH - 30.11.07

sexta-feira, 20 de junho de 2008













HOJE
lisieux

dia incompleto,
de "ontens" repleto...
RE PE TE CO.

NF - 26.01.05

segunda-feira, 16 de junho de 2008















VALSA DOS DEDOS
lisieux

Teus dedos mordem segredos
tornam, torpedos
sobre arfantes seios

pulam, precipíos,
estouram
fogos de artifícios
passeiam alamêda,
nas meias de seda...

colhem flores roxas,
no centro das coxas

deslizam, deslizes...
e morrem
felizes...

BH - 09.11.07

domingo, 15 de junho de 2008














CANÇÃO DE SER TRISTE
lisieux

Como ser otimista, radiante,
se minha estrela (astro inconstante)
vive no céu, a se esconder assim?
E como vou sorrir, se nesse instante,
me ataca o coração punhal cortante,
e só me faz sentir pena de mim?

Como levar nas mãos raio brilhante
se o meu olhar, outrora cintilante,
se apaga estando assim longe do teu?
Como cantar a musical corrente
dos rios calmos, se feroz enchente
deságua sem parar no peito meu?

Como descer da serra uma vertente
a saltitar, plena de luz, contente,
se o meu caminho é tão empoeirado?
Como soltar a voz suavemente,
se dos dos meus lábios brotam, de repente,
triste gemido, vindo do passado?

Empoeirado também fica o meu plangente
violão que era o amigo e confidente
nas lindas melodias de paixão.
Mas hoje abandonado, ali, silente,
ele não fala mais à minha mente,
nem toca as cordas do meu coração.

E o que eu posso, amado, é tão somente,
tentar deixar o coração dormente,
fazer de conta que tenho alegria...
Mas não consigo - o meu olhar não mente -
sorrir pro mundo todo, futilmente,
trazendo a minha alma tão vazia...

E na verdade o que me faz doente,
que faz doer o peito, de repente
e joga a sanidade nos desvãos,
é a minha poesia inconseqüente
que faz-me amar-te indefinidamente
e que me entrega toda em tuas mãos.

BH - 09.11.07

sábado, 14 de junho de 2008













VONTADE
lisieux

Vontade de escrever-te como antigamente,
pondo a alma à mostra, na vitrine,
exposta aos olhos e à apreciação,
como uma grande e total liquidação...
“quem dá menos”?

Vontade de mostrar-te os meus tesouros
pequenos souvenir’s, bijous baratos,
como quem expõe num mostruário
as peças em oferta ao comprador...
“interessado em levar “um peu d’amour”?

Vontade de doar-te meus segredos,
meus sentimentos, pequeninos medos,
os meus cansaços e incoerências,
como se fossem rezas, conseqüências,
de desinteressada confissão...
“ queres ouvir o som do coração”?

Vontade de voltar a ser quem era...
de ter em ti o amigo que eu buscava
e sobre quem, amado, eu derramava
todos os sonhos e desejos vãos,
e os vôos desvairados de poeta...

mas eu já não mais sei doar-me assim
já não consigo mais falar de mim,
porque receio vir a magoar-me...
então recolho as penas, findo o vôo,
tiro as “bijous” e tranco o mostruário...
e guardo a minha solidão
no armário.

BH – 07.11.07

sexta-feira, 13 de junho de 2008













EU TE QUERIA ASSIM
lisieux

Eu te queria assim sem convenções,
lugar-comum ou falsas pretensões,
sem perguntas, sem talvezes ou senões,
sem precisar renunciar aos sonhos meus.

Eu te queria ter assim, suavemente,
sem ter que implorar, sem ser carente,
ou ter que repetir, constantemente,
que eu necessito dos carinhos teus...

Eu queria te querer sem ter pudor,
sem brigas, sem beicinhos, sem rancor,
sem saudade, sem ciúmes, e sem dor,
sem ter que maltratar o coração...

Queria mergulhar nos braços teus...
sem nenhum medo de dizer adeus
sem precisar orar a nenhum deus,
sem nunca precisar pedir perdão...

BH - 01.11.07

quinta-feira, 12 de junho de 2008

DESEJOS SECRETOS
lisieux


Queria me dar de presente
um beijo quente
um abraço
um mero aperto de mão...
queria te ter nos braços,
ou aqui bem dentro
do coração.

Queria uma noite linda
de ais e gemidos
os sons da paixão...
Queria um gesto
de ternura infinda
e acordes puros
de uma canção...

Eu só queria
ter de novo, amado,
a tua voz a repetir meu nome
queria um verso solto
bem apaixonado
um sopro de prazer,
um beijo, que consome...

Eu só queria
ter-te novamente,
falando em meus ouvidos
com tua voz macia...

E finalmente, amor,
também queria,
um porto certo
para o meu cansaço,
no teu regaço,
toda a minha vida.

BH - 01.11.07

quarta-feira, 11 de junho de 2008

ININTELIGÍVEL
lisieux


Zumbe, zumbi
varando a noite,
cortando silêncio...

Mas eu não entendo
o seu idioma:
linguagem secreta
que quer me dizer
incontáveis segredos
dispersos no tempo.

Passado, demente,
prensando
o presente...

BH - 01.11.07

terça-feira, 10 de junho de 2008

GRATUIDADE
lisieux

Os pássaros cantam
sem cobrar cachê
sem cliclê ou aplauso,
motivo ou porquê.

Cantam, apenas...

e seu canto ecoa
somente no ouvido
de quem também voa.

lisieux - BH

(releitura de Pequeno Gorjeio,
de Otávio Paz)

MOTE:(Ademar Macedo/RN)

Quero imediatamente,
de maneira natural;
fazer um resgate urgente
da minha própria moral!

GLOSA: lisieux - BH

QUERO IMEDIATAMENTE
com, modéstia e rapidez
cultivar doce semente
da calma e da sensatez.

Quero no meu dia-a-dia
DE MANEIRA NATURAL,
com todo ardor e energia
fugir da face do mal.

E eu quero, tão somente,
mudar minhas atitudes,
FAZER UM RESGATE URGENTE
das mais completas virtudes.

Não quero glória ou riqueza,
nem quero amor, afinal...
Quero de volta a firmeza
DA MINHA PRÓPRIA MORAL!

BH - 30.10.07

domingo, 8 de junho de 2008

CAMINHO DE PEDRA
lisieux


Quando tu me traíste
um manto escuro
cobriu o estrelado céu da noite
e o açoite deste vento
pelas ruas,
nas esquinas e estradas vicinais
só consegue imitar
o meu gemido
os meus suspiros,
minhas dores eternais...

Tento soltar a minha voz,
mas não consigo
e eu persigo
uma forma de dizer
o quanto dói, amado meu,
a tua ausência
e a demência
dessa minha solidão.

A travessia é tão ingrata,
tão difícil!
É um suplício prosseguir
sem tua mão,
Sem teus poemas, colorindo
a minha vida...
uma ferida
se abriu no coração.

Eu não queria, meu poeta
que esse pranto
e esse quebranto
que me afoga o peito
e queima
o interior como uma chama
infernal
fossem agora companheiros
de destino.

O meu caminho é pedregoso...
é tão difícil
atravessar tantos dezembros
e janeiros
sem a serôdia chuva de verão.

É desatino o que eu colho
dos canteiros.
É nostalgia a primavera
já passada
e o outono se instalou
nas sensações...

A poesia se perdeu
no meu caminho...
Tu conseguiste sufocar
o meu carinho
e a loucura
se mudou pros meus
porões
.


BH - 29.10.07

sábado, 7 de junho de 2008

EM ALGUM LUGAR DO PASSADO
lisieux

Se eu te encontrar no meio do passado
e se cruzar contigo numa esquina
do bairro dos meus sonhos de menina
eu vou te olhar e te chamar de lado

para explicar que embora o tempo passe
e envelheçamos, eu não te esqueci
e entre lágrimas e beijos de saudade
vou te mostrar, por toda a eternidade
o quanto é grande o meu amor por ti!

BH - 26.09.07

sexta-feira, 6 de junho de 2008

SONHOS

Os sonhos, amigo, eu creio
que são a essência da vida
brincadeira preferida
para a hora do recreio...
Pois não tenhas mais receio
de sonhar... não tenhas não!
Se de amor os sonhos são
mais gostosos são ainda
pois não há coisa mais linda
que sonhar com o coração.

lisieux - BH - 25.10.07 - 01h40

quarta-feira, 4 de junho de 2008

LEMBRANÇAS
lisieux

Viver só de lembranças é tão triste!
Porque deixar findar o nosso afeto?
Amor sem troca ou sonho não existe...
desaba simplesmente em nosso teto.

E se apenas de lembrar consiste
o nosso amor, teria ele sido
afeto, ilusão que não persiste,
e que se deixa assim ser consumido?

O que te dei, amado, foi tão puro!
Foi o pulsar do coração maduro
e toda a experiência que aprendi...

Sinto saudade do beijo nos pés
e tu, ingrato, só me dás, invés,
a sina triste de viver sem ti.

BH - 24.10.07

terça-feira, 3 de junho de 2008

MESTRE
lisieux


Se algo sei da vida, é bem capaz
que tenha sido porque tu me ensinaste...
desde as letras com que escrevo minhas rimas,
às contas para as compras no mercado
pra ninguém poder passar-me para trás.

Pena que umas coisas não faziam
parte das matérias do colégio:
como ser feliz sem ter amor,
como não doer, sem ter remédio,
como não lembrar o que acabou
e como não morrer de tanto tédio...

BH - 15.10.07

segunda-feira, 2 de junho de 2008

UTOPIA
lisieux

Quero sonhar! Dás licença?
Sonhar também é preciso,
pra não se perder juízo
nem cultivar a descrença
Porque sonhar é tão doce!
Melhor seria se fosse
a vida só fantasia...
Também porque sou poeta
só tenho vida completa
quando vivo de utopia.


Queres sonhar? Dou licença,
pois sonhar também preciso,
pra não perder o juízo
nem procurar desavença.
Porque sonhar é tão doce!
Melhor seria se fosse
a vida só fantasia...
Sonha então, caro poeta,
pois a vida só é completa,
quando feita de utopia.