quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

TEMPORAL

lisieux

E de repente a boca da noite me arreganha os dentes, sarcasticamente a me lembrar que eu sou apenas gota... talvez uma das que caem, parte da chuva densa, torrencial, que cai lá fora.
E o barulho da chuva tamborila nas janelas dos meus olhos, acorda-me o animal que dormita nas entranhas e eu rujo tempestade, gano, uivo, fera; trovejo e ronco, elementos à flor da pele, à flor da alma.
Ah.. essa felicidade conta-gotas, canudinho, regrada e mesquinha...
Queria queda-d'água, precipício, Niagara!
E tu, diluído em meio a tanta água, derramando-se em mim, condensando-se nuvem, fazendo-se de novo temporal.

BH - 07.11.03

Uma prosa antiguinha...

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