quarta-feira, 30 de abril de 2008
segunda-feira, 28 de abril de 2008
INCOMUM
lisieux
Incomum
é tomar café com rum
comprar sem dinheiro algum
ficar sem amor nenhum
comer salada de atum
fazer um "4" bebum...
Beijo não... beijo é comum
inda mais se somos um...
(e tome besteira... rs)
BH - 17.06.06
para Marcos Caiado
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sexta-feira, 25 de abril de 2008
quinta-feira, 24 de abril de 2008
terça-feira, 22 de abril de 2008
INCONFORMISMO
lisieux
Preciso
esquecer o inconformismo
deitar fora diárias fantasias
formalidades,
frases feitas,
fast food,
sorriso vazio...
Estou farta
de corredores,
filas,
armários,
metrô,
ponto de ônibus...
Preciso erguer-me,
olhar em volta,
esquecer a revolta
perder-me
no universo dos espelhos...
E então,
voltar a caminhar...
SBC - 12.02.06
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segunda-feira, 21 de abril de 2008
domingo, 20 de abril de 2008
ININTELIGÍVEL
lisieux
Zumbe, zumbi
varando a noite,
cortando silêncio...
Mas eu não entendo
o seu idioma:
linguagem secreta
que quer me dizer
incontáveis segredos
dispersos no tempo.
Passado, demente,
prensando
o presente...
BH - 01.11.07
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sexta-feira, 18 de abril de 2008
quinta-feira, 17 de abril de 2008
quarta-feira, 16 de abril de 2008
terça-feira, 15 de abril de 2008
INSÔNIA
lisieux
Preciso:
de cafeína
nicotina
narcotizar-me...
Fugir de mim
tomar um gin
embebedar-me
depois aspirina
chá de camomila
neosaldina
e dopamina
pra esquecer...
a dor(mecer)
.
amor(tecer)
.
.
.
SBC - 26.08.07
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sábado, 12 de abril de 2008
SONS
lisieux
Quando sons de sino embalarem a lua
pingente no céu
e roucos sussurros se esparramarem
pelas rachaduras da terra
talvez tenhas coragem de dizer
que me amas...
e eu direi que te amo
e te segurarei do meu lado
Quando a voz do silêncio ultrapassar
as barreiras do som
e as tuas palavras se perderem
nas minhas profundezas.
Quando esse som só se fizer ouvido
como hino solitário
em meio às nuvens,
também eu me calarei
e te deixarei ir
porque o amor só tem sentido
quando as palavras fazem eco.
BH - 25.11.04
02h14m
(mais velharia...hehehe)
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sexta-feira, 11 de abril de 2008
PRECE
lisieux
Venho rogar ao Senhor da Natureza
que abençoe a terra, a água, as sementes,
e o sol, para que dê vida e beleza,
aos miseráveis, aos famintos, inocentes...
Rogo ao único Senhor dos céus e terra
que derrame a justiça sobre os povos,
que acabe com a vingança, com a guerra,
que assopre da esperança ventos novos.
Rogo ao único Senhor, dono dos Anjos,
sejam eles das Trevas, ou da Luz,
que conceda à humanidade outros arranjos
que a direcione para os braços de Sua Cruz.
Pois não existem, meus amigos, outras Leis
que não estejam sob os pés do Rei dos Reis...
BH - 21.03.08
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quinta-feira, 10 de abril de 2008
BALADA PARA OUTRAS ISABELLAS
lisieux
Olá! Eu vim lhe contar
um pouco da minha história...
Peço atenção, seu “dotô”,
um instante, não demora...
Meu nome não é Isabela
nem “caí” de uma janela
do quarto no sexto andar...
(será que pensaram, os insanos,
que ela sabia voar?)
Não moro num prédio equipado,
não tenho motos, brinquedos,
nem piscina pra nadar...
Eu brinco, às vezes,
nas poças de chuva,
com gatos, latinhas,
bolinhas de gude...
isso quando não tenho
que a mãe ajudar...
Não sei dançar, e não brinco
como menina educada,
porque aprendi, desde cedo,
lá no morro onde nasci,
que não importa o sexo da criança:
menino ou menina, a experiência,
é viver o teatro
da sobrevivência...
Não me chamo Isabela...
nem fui morta (ainda)
por meu pai ou madastra...
mas morro um pouco,
a cada dia,
quando sou espancada.
E morro também,
assim, engasgada,
obrigada a me calar
quando tenho mãos sobre mim...
nem sempre a me sufocar,
mas explorando,
de um jeito esquisito,
que nem entendo direito,
o meu corpo sem contornos...
Meu nome, não é Isabela...
Não tenho cabelos lisos,
nem tenho olhinhos espertos...
Ao contrário: meus olhos são opacos,
talvez, por não querer enxergar
minha dura realidade...
Também não faço teatros,
lá no palco da escolinha
... isso não é para mim...
Quando vou à escola,
é somente pra comer
a merenda que me dão...
pois muitas vezes, em casa,
não temos sequer o pão...
O máximo que sei é correr:
morro abaixo, morro acima,
entre os carros dos sinais...
para ganhar um trocado,
ou para fugir dos adultos,
que insistem em me machucar...
Eu não me chamo Isabela...
mas, como ela,
(ou até mais!)
eu sofro... e diariamente...
Tenho marcas de pancadas,
queimaduras de cigarros,
tenho ossos fraturados,
boca sangrando, hematomas,
que mãos e pés gigantescos
me provocam sem motivo...
Não morri, como Isabela...
Ainda não... mas irmãos,
amiguinhos, conhecidos,
eu sempre vejo morrer...
Quem matou? Nunca se sabe...
“ele caiu”, “tropeçou”
“queimou-se por acidente”
“estrupada?”, “coitadinha”...
“não fui eu”, diz o padrasto,
“nem eu”, diz a mãe omissa...
e eles não têm nem quem reze
para eles, uma missa...
Eu não me chamo Isabela...
sou Maria, Rita, João...
Sou Josefina, sou Mirtes,
sou Paulo, Sebastião...
Sou tantas, tantas crianças,
que todo dia a omissão
de todos deixa morrer...
Engraçado é que ninguém,
faz passeata por mim
a imprensa não divulga,
o “figurão” não se importa,
a classe média não grita,
os ricaços dão de ombros...
Que hipocrisia é essa,
de chorar por uma só?
São tantas as Isabelas
violentadas sem dó...
Mas que importam
os escombros,
a escória da sociedade?
Se não me chamo Isabela,
não mereço piedade.
BH – 09.04.08
(que o triste caso desta garotinha, morta há mais ou menos uma semana, nos sirva de alerta para tantos casos que acontecem com as nossas crianças pobres... e a mídia nem dá bola...)
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terça-feira, 8 de abril de 2008
MEU VERSO
lisieux
Meu verso ,impetuoso,
salta sobre a página
e, corajoso,
ousa falar, ferir,
gerar palavras.
No quarto, na penumbra,
ele se espalha, ganha espaços.
Cada verso meu tem uma voz
um timbre, um passo,
um gesto, uma atitude...
e à toda hora fere a quietude
de minha alma
eternamente errante.
BH - 05.08.06
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segunda-feira, 7 de abril de 2008
SOLETRANDO
lisieux
Aprendo a soletrar de madrugada
e vou compondo rimas desgarradas
alinhavando versos sem sentido...
No fim, parece colcha de retalhos
o poema que me brota lá de dentro
um festival de frases soltas,
como o vento
que sopra assoviando entre os galhos...
Também aprendo a solfejar canções...
a transformar minhas desilusões
em versos que aliviam meu tormento
que encobrem o meu triste pensamento
e que me ajudam a enganar
o tempo...
BH - 06.07.07
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domingo, 6 de abril de 2008
NA PRIMAVERA
lisieux
(Para o Varal do Lun'as)
Na primavera, tudo desabrocha
tudo retoma o brilho, a forma, a cor:
desde o calcário, da mais dura rocha,
à mais macia pétala da flor.
E arde no peito novamente a tocha
do velho e sempre renovado
AMOR!
lisieux - BH
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terça-feira, 1 de abril de 2008
QUASE
lisieux
Quase eu te amo assim como eu queria
e quase eu fui feliz como eu sonhei
quase também contigo eu encontrei
a paz que a minha alma perseguia...
E quase eu fui amada de verdade,
quase que eu consegui ser companheira,
ser mulher, ser amante, ser inteira,
quase alcancei a tal felicidade.
E quase hoje eu posso te dizer,
que quase nada tenho que perder
e ainda tenho força de vontade
pra conseguir a todos enganar,
pra me iludir e quase acreditar
que eu quase não me acabo de saudade!
BH - março de 2007
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