sexta-feira, 1 de agosto de 2008

PRISIONEIRA

lisieux

Infelizmente, amado, essa mulher
tem muros sim, e eles são medonhos...
embora ela cavalgue, quando quer,
por entre nuvens, no corcel dos sonhos.

Sempre que solta as rédeas do seu verso
o seu desejo ela vai derramando
e ela só pára o seu galope quando
novo poema surge, assim disperso

como os seus pensamentos mais profanos...
E ela reza, um credo de esperança,
volta seus passos, torna a ser criança
e busca ser igual a outros humanos...

Mas ela sabe: não é desse mundo
o sentimento que ela traz no peito
e que jamais encontrará um jeito
de esquecer o seu amor profundo...

Então se cerca novamente... e os muros
erguem-se altos, solitários, duros
e ela morre, no jardim sem flores
sem poesia ou sonhos... sem amores.

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