sexta-feira, 18 de julho de 2008













AVESSO
lisieux

E tu chegaste, virando o meu mundo pelo avesso, revertendo o rumo das marés e fazendo o sol nascer à meia-noite.
Bagunçaste o meu coreto, abalaste as minhas estruturas, provocaste um terremoto nas minhas entranhas.
Tu rompeste a barreira do som e ribombaste em meus ouvidos; viajaste à velocidade da luz e chegaste, centelhas, aos meus olhos, iluminando tudo;
E tu chegaste e modificaste a minha vidinha repartição-pública, tornando-a profissional liberal, sem hora, senhora do meu nariz, dona do mundo.
Chegaste furacão, tufão, maremoto, soprando ventos, agitando ondas, movendo as placas tectônicas...
E eu, poeira cósmica, partícula estelar, centelha infinitesimal, zero á esquerda, saltei espaços, viajei eras, atravessei séculos...e, cá estou, nos teus braços: inteira, refeita, perfeita... mulher!

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