lisieux
O meu poeta,
me virou as costas
e desapareceu...
Foi-se de repente,
na nuvem pesada,
no raio, trovão,
na chuva, torrente,
na água, enxurrada,
elementos em fúria
no meu coração.
Sumiu bem ali,
numa curva de estrada.
E o fio do verso
ficou esticado,
chorando, plangente,
qual corda retesa
de um violino...
Qual fera, qual presa,
calado, dormente,
maluco, perverso,
total desatino...
Queria enrolar
o novelo do verso
trazê-lo pra perto,
apertá-lo em meu peito...
Porém eu receio
poeta querido,
que o fio se rompa,
se parta no meio...
Depois de rompê-lo,
tu fiques, pra sempre,
rodando no meio
do verso,do sonho,
cruel pesadelo.
BH - 05.02.07
terça-feira, 30 de setembro de 2008
DE COSTAS
Postado por lisieux às 00:23 0 comentários
sexta-feira, 26 de setembro de 2008
DE CHEGADAS E PARTIDAS
lisieux
chegou, sentou-se
e acendeu o pito.
perguntou pelo café,
reclamou: tá demorando!
depois, levantou-se...
saiu pela porta
e eu me pergunto:
até quando?
lisieux - BH
Postado por lisieux às 22:57 0 comentários
quarta-feira, 10 de setembro de 2008
DE POETAS E DE LOUCOS
lisieux
Difícil rotular quem é "normal",
no mundo complicado de hoje em dia...
Difícil distinguir o bem do mal
ou separar coragem e covardia...
Porém insisto em fazer poesia
e vou seguindo e grito, mesmo rouco...
de poeta e de louco, todo mundo tem um pouco.
BH - 13.02.08
Para o Varal do Lun'as
Postado por lisieux às 11:45 0 comentários
domingo, 7 de setembro de 2008
DENTRO DE MIM
lisieux
Dentro de mim também reside um estranho ser
tão sem juízo quanto o teu, também insano
que sofre a dor desta amargura e desengano
mas que não sabe amenizar esse sofrer...
Porém a louca criatura sabe ver
na dor que sente talvez um secreto plano
de um deus que acorda a inspiração e, desumano
faz dessa dor matéria-prima pra escrever.
Dentro de mim, desesperada, a criatura,
também não sabe, um só minuto, o que é ter paz
a carregar o peso enorme dessa dor.
E solitária, só conhece a desventura...
dentro de mim, essa poeta também jaz
já sepultada, pela falta desse amor.
BH – 08.06.08
Postado por lisieux às 22:11 0 comentários
sexta-feira, 5 de setembro de 2008
EM EVOLUÇÃO
lisieux
Eu me lembro de ti, apesar de imperfeito,
eu me lembro de ti, caçador de ilusões,
pois na Terra não mora nenhum ser perfeito
e no mundo não temos ninguém sem senões.
Eu me lembro de ti, quebrador de conceito
eu me lembro de ti, professor de lições
que me fazem quebrar todo meu preconceito
contra gestos, palavras, preceitos e ações.
Eu me lembro de ti, meu amado poeta
também sei que pra ti eu sou a predileta
entre todas as musas que têm teu carinho.
Também sei que um poeta é um mero mortal
que se esforça por ser criatura ideal
mas que às vezes se perde no árduo caminho.
BH - 26/02/08
Postado por lisieux às 00:14 0 comentários
quinta-feira, 4 de setembro de 2008
ENTRE RISOS E LÁGRIMAS
lisieux
VARAL 24 - 2008
Entre risos e lágrimas, lá se vai
a vida, a desfilar pelos meus olhos...
Ora vivendo uma alegria inesperada
ou mergulhando em angústia e sofrimento...
Mas não reclamo dessa vida, não lamento...
pois essa gama de diversos sentimentos
é que colorem nossos bons e maus momentos.
lisieux - BH
28.05.08
Postado por lisieux às 00:52 0 comentários